O Festival Virada Salvador se destaca como momento de muitos ganhos para os ambulantes que trabalham na festa. Por dia, os trabalhadores informais têm conseguido faturar até R$ 1,4 mil. Esse é o caso da ambulante Ingrid dos Santos, 30 anos, que apostou para ver no que ia dar. Sem maiores expectativas, ela disse que sonha conseguir até R$ 7 mil nos cinco dias de festa. “Eu planejei me surpreender e quero que o Festival Virada Salvador me surpreenda. Para mim, o movimento ainda está tranquilo, mas a festa só está começando. Até o momento, consegui 20% desses R$ 7 mil”, disse em entrevista ao Jornal Correio.
Segundo Ingrid, que está pela segunda vez trabalhando durante o Festival Virada, o pico de vendas costuma ocorrer a partir do terceiro dia. “Aumenta muito o público conforme os dias vão passando. O dia principal é 31. Por isso, acredito que será possível alcançar o valor que estipulei. Com esse dinheiro, pretendo terminar a minha casa”, afirmou. Desde o primeiro dia de show, a ambulante Vanessa Henrique, 40, conseguiu arrecadar cerca de R$ 2 mil, uma média de quase R$ 1 mil por dia. Ela, que correu para garantir um bom lugar dentro da Arena O Canto da Cidade, tem mantido o pique na hora de vender. A razão da pressa é a necessidade de garantir os módulos escolares da filha, que vai cursar o 3º ano em 2025 e se preparar para prestar vestibular para Medicina. “Estamos no terceiro dia de festa e o movimento ainda está tímido. Até o momento, estou focando na venda de cerveja, que é o que tem saído com mais frequência. As cervejas em lata é o que estou vendendo mais, enquanto as de garrafa têm demorado mais de sair. O bom é que tem público para as duas, assim como para as demais bebidas”, comemorava.
Expectativa alta
Pela primeira vez no Festival Virada Salvador como vendedor, o ambulante Gilvan Rodrigues, 29, é um dos trabalhadores informais que chegam às 16h e só saem às 7h do dia seguinte. Ele, que tem expectativa de vender até R$ 2,5 mil, preferiu não entrar em detalhes de quanto já arrecadou, mas garantiu que o esforço empregado nos últimos dias tem valido a pena. “Faço tudo isso por investimento. Com esse dinheiro, quero conseguir minha guia de ambulante e investir no meu negócio, porque durante o ano eu não trabalho vendendo cerveja. Tenho uma banca de hortifruti no Imbuí e pretendo aumentar a estrutura dela”, justificou. De acordo com Claudio Tinoco, titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), o total de 1.045 trabalhadores informais foram cadastrados para atuar no evento. Desse total, 900 foram ambulantes de isopor e entre os demais 145 foram baleiros, baianas de acarajé e vendedores em food trucks.
Entre os baleiros está Paulo César Pereira, 39, que há anos está acostumado a vender balas, doces e cigarros em festas. Ele relatou que espera conseguir faturar até R$ 1,3 mil nos cinco dias de festival: “A esperança é muito grande de conseguir essa renda, porque a festa está bonita e está tudo atraente. O que falta agora é só o cliente comprar para que então eu consiga comprar minha geladeira”. O Projeto de cobertura Virada Salvador é uma realização do Jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador
Crédito: Arisson Marinho/CORREIO