Líderes da Câmara dos Deputados reagiram negativamente à decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. A medida, que incluiu a determinação para que a Polícia Federal investigue a liberação desses recursos, foi classificada por parlamentares como “midiática” e “fora do tom”.
Flávio Dino acolheu uma representação do PSOL que denunciava falta de transparência na destinação dessas emendas. O documento cita um ofício assinado por 17 líderes partidários, que listava a indicação de 5.449 emendas de comissão, alterando suas destinações sem aprovação formal dos colegiados da Câmara.
Entre os signatários estão o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o líder do PT, Odair Cunha (MG), e Hugo Motta (PB), do Republicanos e candidato à presidência da Casa. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, teria avalizado a manobra.
Alagoas, estado natal de Lira, seria o maior beneficiado pela redistribuição, recebendo cerca de R$ 500 milhões. Segundo o PSOL, o processo de alteração das emendas foi feito “sem aprovação prévia e registro formal pelas comissões, sob o pretexto de ‘ratificar’ as indicações previamente apresentadas pelos integrantes das comissões”.
Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados