O Banco Central elevou a projeção de crescimento da economia brasileira em 2024 no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira. A estimativa passou de alta de 3,2% para 3,5%. Para 2025, a previsão passou de 2,0% para 2,1%. As projeções anteriores foram realizadas em setembro. Analistas veem risco de dominância fiscal: ‘As expectativas de inflação estão elevadas a perder de vista’, diz Armínio Fraga. Desde então, foi divulgado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, cuja elevação de 0,9% renovou as avaliações sobre a força da atividade econômica.
O próprio BC, na ata do Copom, disse que o PIB evidencia maior dinamismo da economia do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato do produto para um terreno mais positivo. Ou seja, a autoridade monetária estima que a economia opera acima de sua capacidade produtiva, está sobreaquecida.
“No entanto, para a atividade futura, há elementos que sugerem uma desaceleração, tal como o maior aperto das condições financeiras. De todo modo, o Comitê ressalta que a economia tem surpreendido e apresentado notável resiliência”, avaliou o BC, na ata. No RTI, o BC reforçou que espera arrefecimento da economia no ano que vem, apesar das projeções mais altas. “Está mantida a perspectiva de desaceleração da economia no próximo ano”, disse no RTI.
2025
O BC alerta que há riscos de origem interna e externa para a projeção de PIB de 2025. Em relação aos ventos do exterior, disse que a a economia global pode ter expansão menor no ano que vem em relação a 2024 devido a fatores geopolíticos. Internamente, o BC destaca que o aperto recente nas condições financeiras, fruto da forte deterioração do mercado nos últimos dias, pode ter um impacto contracionista mais intenso do que o considerado. Mas isso pode ser compensado em parte pelo efeito das reformas estruturais dos últimos anos. “De outro lado, parte do elevado crescimento nos últimos anos pode estar relacionada a reformas estruturais, o que introduz a possibilidade de novas surpresas positivas, dadas as incertezas em torno da taxa de crescimento potencial.”(G1)
Foto: Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil