ROMA SE PREPARA PARA O JUBILEU DA IGREJA CATÓLICA

Há muito tempo Roma se prepara com grande entusiasmo para o Jubileu – e com alguma confusão. Tapumes e obras ainda estão por toda a cidade, e engarrafamentos com as perturbadoras buzinas romanas. Uma rua próxima ao Vaticano, Otaviano, onde passava um trânsito pesado, foi fechada para os turistas que irão. Uma romana nem sabia e invadiu a área de pedestres. Os monumentos, que são a identidade da capital italiana, ganharam nova iluminação e até uma nova entrada, como a Domus Aurea, a mansão do imperador Nero, que fica nos subterrâneos próximos ao Coliseu.

Roma recebeu quase 2 bilhões de euros de investimentos, dinheiro que ergueu 87 canteiros de obras. A Fontana di Trevi está quase pronta e logo os turistas poderão jogar novamente as moedinhas nas suas águas. Na Praça Navona, recentemente reinaugurada, as esculturas estão brancas e puras e a água voltou às fontes. A Praça Navona já está rodeada pela feira de Natal mais famosa da cidade. E para respeitar as ideias do Papa Francisco sobre o meio ambiente, todas as decorações de Roma são sustentáveis, com luzes de baixo consumo e pouca emissão de gás carbônico. E continuará assim também durante o Jubileu, que será aberto na véspera de Natal.

Há 25 anos, o Papa João Paulo II abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro, dando início ao último Jubileu oficial, o do ano 2000. Na terça-feira, 24 de dezembro, o Papa Francisco vai cumprir o mesmo ritual. Quem for a Roma durante todo o ano de 2025 poderá obter a indulgência plenária. Porque o Jubileu da Igreja é isto: perdão dos pecados e reconciliação. Entre os eventos especiais, haverá um encontro internacional e ecumênico pela paz, com representantes de todas as religiões. Uma novidade será o Jubileu da comunidade LGBTQIA+, marcado para setembro.

As origens do Jubileu estão no Antigo Testamento. Mas o primeiro ano santo só foi celebrado em 1300, pelo Papa Bonifácio VIII, e levou uma multidão de 200 mil peregrinos a Roma. Algumas obras foram originalmente feitas ou terminadas para um Jubileu, como as escadarias da Praça de Espanha, em 1725, e a Via da Conciliação, para o de 1950. Três milhões de fiéis foram ao Vaticano naquele ano santo, considerado o primeiro evento de massa da Igreja.

O consulado do Brasil em Roma já está organizado. Entre os 32 milhões de turistas e peregrinos esperados em Roma em 2025, 250 mil devem ser do Brasil. O cônsul-geral, Luiz Gasser, mostra uma cartilha que preparou com informações relevantes. Entre elas, a possibilidade de usar os serviços públicos de saúde na Itália. “A gente vem procurando fazer uma divulgação dessa cartilha, com o Itamaraty fazendo contato com a CNBB, para que essas cartilhas sejam também divulgadas nas dioceses, onde são preparadas, muitas vezes, essas excursões dos peregrinos que virão aqui no ano que vem”, diz Luiz Gasser, cônsul-geral do Brasil na Itália. Além de um ano religioso que se repete a cada 25 anos, o Jubileu é também um acontecimento cultural que está renovando a Cidade Eterna.