A produção industrial baiana deve reduzir levemente o ritmo de crescimento em 2025, de acordo com perspectiva apresentada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). A expectativa foi divulgada nesta quarta-feira, 18 de dezembro, em encontro com a imprensa realizado na sede da instituição.
No cenário nacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a economia brasileira deve crescer 2,4% em 2025. A instituição projeta desempenho positivo da indústria nacional no próximo ano, com alta de 2.1%. “A taxa de juros reais do Brasil, que é a diferença entre a Selic e o IPCA, ainda é um ponto de atenção. Hoje o país possui a segunda maior taxa de juros reais do mundo, o que prejudica a recuperação econômica e aumenta os desafios enfrentados pelo setor produtivo”, pontua o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos.
Aqui no estado, a indústria também deverá crescer. Por ser em boa parte produtor de bens tradable, relacionados com o comércio exterior, o setor industrial baiano será impactado pelo cenário econômico internacional pouco favorável, influenciado pela desaceleração do mercado chinês e as tensões no mercado do petróleo impactado pela Guerra da Ucrânia e pelo conflito entre Israel e Hamas. “Outro fator que traz incerteza é o início do governo Trump nos Estados Unidos, com ameaça de elevação de tarifas de importação de manufaturados e o acirramento das tensões comerciais”, acrescenta o superintendente da FIEB, Vladson Menezes.
Esse cenário internacional deve influenciar o desempenho da indústria de transformação da Bahia. Um segmento importante que deve enfrentar um ano difícil é o de Química e Petroquímica, que passa por um ciclo de baixa dos preços em nível internacional, com invasão dos importados no mercado nacional. Também com grande peso na indústria de transformação baiana, o segmento de Refino de petróleo sofrerá influência do mercado mundial de derivados de petróleo, que não está aquecido. “Esse cenário deve ser compensado com algum incremento da demanda do mercado interno, o que deve resultar em crescimento, porém em ritmo menor que o de 2024”, estima o superintendente da FIEB, Vladson Menezes.
Horizonte positivo
Para 2025 há a expectativa de retomada da produção de automóveis na Bahia, com a inauguração da fábrica da BYD em Camaçari, prevista para o primeiro semestre, que deverá ter um impacto positivo na economia, com a geração de emprego e renda. Outro segmento industrial com horizonte mais positivo para o próximo ano é a Construção Civil. Apesar da elevação da taxa de juros, que deve inibir as vendas no mercado imobiliário, há a expectativa de ampliação de obras do Programa Minha Casa, Minha Vida e alguns investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os segmentos industriais voltados para a produção de bens finais, como Alimentos, Bebidas, Couros e Calçados, Têxteis, Vestuário e Informática, Eletrônicos e Ópticos e Móveis também devem crescer, embora em ritmo não muito intenso. “São setores que costumam acompanhar o ritmo da economia”, explica Menezes.
Emprego segue em crescimento
Dados do IBGE mostram que o mercado de trabalho da Bahia segue aquecido. No terceiro trimestre de 2024, a taxa de desemprego no estado foi de 9,7%, a menor registrada na série histórica, com a metodologia de 2012. Em relação à indústria baiana, dados da RAIS/Caged (Ministério do Trabalho e Emprego mostram que nos últimos 12 meses (encerrados em outubro) foram gerados 7.665 empregos em todo o estado.