Nesta terça-feira (18), durante a divulgação do balanço anual da Brakesm, no restaurante Amado, em Salvador, a diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley, revelou que o ciclo de baixa que a indústria química global vêm passando traz um cenário de “atenção, de preocupação e de muita ação”.
Na ocasião, Renata explicou que este é o pior ciclo da baixa dos últimos 34 anos. Além disso ela conta que vêm sendo observada certas mudanças que podem tornar estes ciclos ainda mais longos.
“Parece que está acontecendo uma mudança desses ciclos históricos da petroquímica. Se a gente pega uma linha mais longa de 10, 20 anos, era muito óbvio ver isso, subia, descia, subia, descia. Por serem investimentos todos de longo prazo, então começa a ter a demanda, as indústrias começam a fazer seus investimentos, eles demoram 4, 5, 6, 8 anos às vezes para ficarem prontos, quando isso fica pronto acaba tendo uma sobre oferta, um pouco de excesso de produtos no mercado e aí vem o ciclo de baixa. Então era assim que tinha funcionado. O que a gente tem visto agora é de fato uma mudança global por uma série de fatores, mas a gente tem visto que esses ciclos tendem a ser mais longos”, disse Bley.
A demanda tem sido inferior às médias de anos anteriores porque as principais economias já não crescem nos mesmos patamares e há uma adição de capacidade de produção nunca vista no mundo, especialmente em regiões onde o principal insumo é o gás, matéria-prima mais barata, como nos Estados Unidos e Oriente Médio; ou em países fortemente subsidiados como a China, que definiu metas de autossuficiência para suas cadeias petroquímicas.
“Nós estamos hoje operando o setor como um todo, mas com as menores taxas de ocupação da história. Então, isso é um ponto preocupante. E a gente vê um aumento interessante dos produtos importados aqui no mercado brasileiro”, conta Renata.
Muito em virtude desses acontecimentos e da busca de competitividade, a Braskem aplicou nos últimos dois anos R$2 bilhões nas unidades da Bahia. Neste ano, o investimento foi de R$650 milhões.
“A mudança desse cenário desafiador está no nosso radar como uma prioridade para os próximos anos. Eu não diria nem só 2025. Como a gente tem visto esse ciclo mais longo de baixa, a gente pode colocar aí pelo menos 2025, 2026 e 2027”, finaliza.
Foto: Bruna Carvalho/Bahia Econômica