Foi em clima de celebração do poder transformador da educação que teve abertura oficial na manhã desta sexta-feira (13) o I Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Informação (CTI), na Escola Djalma Pessoa, em Piatã. Com a presença de mais de 600 estudantes de 83 escolas brasileiras, o evento confirma o potencial da juventude na produção de conhecimento e pesquisa científica no país, e convida crianças, jovens e adultos a vivenciarem a ciência e a tecnologia de uma forma inédita em Salvador.
Diante de um ginásio lotado de adolescentes empoderados, na cerimônia que deu largada ao festival, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, realçou o papel da juventude na renovação da esperança da sociedade. “O SESI Bahia tem na sua missão o papel de formar os jovens para o futuro, desde o ensino fundamental ao médio. Fazer ciência e robótica fazem parte do cotidiano das escolas SESI de todo o estado. O SESI tem no seu DNA a Educação e fazer educação significa reverberar as boas experiências e compartilhar aprendizados”.
Também compuseram o palco de abertura Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho Nacional do SESI, Wisley João Pereira, superintendente de Educação do SESI Nacional, Armando da Costa Neto, superintendente executivo do SESI Bahia, Rowenna Brito, secretária da Educação do Estado da Bahia e Cléssia Lobo, superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia.
Realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) da Bahia através da Escola SESI Bahia, o festival tem como principais atrações a 1ª Feira Nacional de Iniciação Científica – FENIC e o Torneio Regional de Robótica FLL. Outros destaques são o museu interativo SESI LAB, o Torneio de Cubo Mágico, a luderia São Jogue, com jogos de tabuleiro, o Palco Cultura e Tecnologia e as oficinas gratuitas de robótica que acontecem no BUZU TEC.
Hoje (13), o horário das atividades é das 9h às 18h, e amanhã (14), das 9h às 15h. A retirada gratuita de ingressos acontece pelo Sympla ou no local. O evento oferece estacionamento e translado gratuitos na AABB (Piatã).
Novas ideias – Durante dois dias, o público poderá ver de perto a atuação de jovens estudantes na solução de problemas reais, tendo suas ideias validadas por pesquisa científica e tecnológica. “Os jovens de hoje estão preocupados com a poluição, com o meio ambiente, com a falta ainda de igualdade e com o problema básico que a gente não resolveu no nosso país, que é a fome. Então, quando a gente olha todas as soluções que eles estão propondo aqui, temos a prova do quanto a educação transforma e como precisamos, cada vez mais, investir nesse caminho”, realçou Clessia Lobo, superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia.
O diretor superintendente do SESI Bahia, Armando da Costa Neto, defendeu a importância de eventos dessa natureza e revelou em primeira mão o planejamento de uma premiação especial voltada para escolas públicas estaduais e municipais em 2025. “Serão dois dias de muita festa, alegria e amizade. Tem várias escolas do estado aqui e vamos abrir cada vez mais esse espaço para as escolas públicas. Ano que vem faremos melhor ainda e, com certeza, vamos levar uma delas para um evento nacional”, afirmou.
Democratização da Ciência – Com um visual colorido e o clima vibrante de competição no ar, a programação começou a todo vapor com a organização das arenas para os torneios de robótica FIRST LEGO League Challenge e F1 in Schools. Uma das várias iniciativas do SESI Bahia para tornar a ciência e a tecnologia mais acessíveis no estado é o apadrinhamento de escolas públicas baianas, e cinco delas marcam presença nesta temporada, como a CMEI Mário Altenfelder, do bairro do Lobato, em Salvador.
“É uma alegria, porque tem muitos por aí que querem e saber que a gente conseguiu estar aqui nos deixa muito feliz e orgulhoso. Antes de entrar na Robótica, eu não tinha interação com LEGO e eu vi como ele pode mover horizontes. Eu estou conhecendo pessoas novas, aprendendo mais coisas, especialmente sobre o mar e biodiversidade que é o tema deste ano”, comenta a aluna Mirian Pinheiro, 11 anos, componente da equipe LOBATO QUE TRANSFORMA.
Mentes brilhantes – São vários os jovens cientistas brasileiros que só precisam de uma oportunidade para brilhar. Entre os 286 estudantes com projetos de pesquisa expostos nos estandes da 1ª Feira Nacional de Iniciação Científica (FENIC), Pedro Arruda, 17 anos, matriculado no SESI de Maringá, no Paraná, declara que o evento pode ser um ponto de partida para traçar os próximos passos da sua carreira.
“Se eu conseguir aqui, de repente, o olhar de alguma pessoa que passa e consegue investir no meu projeto, isso pode mudar a minha vida. Nunca que eu ia ter dinheiro, na minha situação atual, para vir lá do sul do país até o Nordeste para apresentar um projeto e, quem sabe, mudar de vida. Isso é muito importante porque tem vários projetos aqui muito legais e promissores”, comenta Pedro.
Impressionam os níveis de complexidade e criatividade dos projetos que estudantes tão jovens abraçam e se dedicam durante meses. A equipe do SESI de Vitória da Conquista, por exemplo, desenvolveu um incenso natural através das propriedades do pó do café e do extrato de citronela a fim de combater o mosquito Aedes Aegypti. “Fazer ciência no Brasil e ser um estudante que realmente faz ciência não é fácil. Saber que ainda existem pessoas que querem fazer a diferença e que querem ajudar é muito gratificante. É algo que precisa ser continuado e que merece mais investimento, porque a gente sabe que a educação muda as pessoas e as pessoas, com educação, podem mudar o mundo”, afirma Lavínia Tavares, 16 anos.
Foto: Antônio Cavalcante/Coperphoto_Sistema Fieb