Nesta sexta-feira (6), das 8h às 12h, o Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Feminicídio (NEF) da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SMPJ) realizará a 2ª edição do “Dia do Laço Branco”, no auditório do Ministério Público da Bahia, em Salvador. A iniciativa reforça o compromisso com a erradicação da violência contra a mulher, em consonância com o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, instituído pela Lei 11.489/2007.
O encontro é destinado a participantes dos Grupos Reflexivos de Homens (GRHs), autoridades e instituições da rede de proteção. O objetivo é de conscientizar e mobilizar os homens para respeitar os direitos das mulheres, garantindo-lhes uma vida livre de violência e promovendo a cultura de paz no lar e na sociedade.
Durante o evento, será distribuído um laço branco, semelhante à tradicional fitinha do Senhor do Bonfim, com a inscrição “Homens pelo fim da violência contra a mulher”. O símbolo destaca dois compromissos: “Jamais cometer um ato violento contra mulheres” e “Não ser conivente com situações de violência”, promovendo atitudes de respeito e proteção.
“Através do NEF, estamos trabalhando diretamente com os autores da violência doméstica familiar. A própria lei Maria da Penha exige que haja um grupo reflexivo, voltado para os homens e, diante dessa parceria que temos com o Tribunal de Justiça, estamos desde 2021 trabalhando com autores da violência, com índices baixíssimos de reincidência, no caso dos homens que fazem parte desses grupos”, disse a secretária da SPMJ, Fernanda Lordêlo.
Números – Para a gestora, não basta trabalhar apenas com a prevenção e com as mulheres, mas também com esses homens, para que eles ressignifiquem a postura da violência e passem a não agir violentamente com as atuais companheiras ou com aquelas que venham a se relacionar.
“O Brasil ainda enfrenta um cenário preocupante: em 2023, mais de 1.400 feminicídios foram registrados, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, representando uma mulher morta a cada seis horas. Em Salvador, no entanto, os esforços do NEF contribuíram para uma redução de 57,9% nos casos de feminicídio entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, conforme dados da SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública)”, salienta Fernanda.
Programação – A programação contará com a presença de autoridades do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, além da palestra magna do especialista em violência doméstica e grupos reflexivos de homens, Anderson Eduardo Carvalho de Oliveira, que é pós-doutor pela Universidade de Laval, no Quebec, no Canadá.
A mesa de abertura, liderada pela secretária da SPMJ, reunirá representantes de diversas instituições, incluindo a coordenadora da Mulher no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA); Nágila Brito, a defensora-pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio, a coordenadora do NEF, Iracema Silva, e Patrícia Zapponi, presidente do Laço Branco Brasil.
Mobilização – A coordenadora do NEF explica que o evento tem como intuito destacar a data, instituída por lei, como um dia de mobilização. “Na ocasião, são reunidos 45 Grupos Reflexivos de Homens, compostos pelos encaminhados pela justiça por força de medida protetiva de urgência, por já terem cometido algum tipo de violência contra as mulheres com quem se relacionou, ou mulheres que ainda estão no seu relacionamento, mas vivem situações de abusividade. Teremos a oportunidade de ouvir o professor Anderson, que desenvolveu estudos comparativos e pesquisas em torno dessa questão da violência doméstica e participação dos homens em grupos reflexivos”, diz Iracema.
Ela destaca ainda que a fitinha deve ser amarrada no braço, com dois nós que simbolizam dois compromissos pessoais: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos perante a violência. “É o momento de convocar todos os homens para essa reflexão, essa sensibilização e essa mobilização tão urgente e necessária”, conclui.
Foto: Bruno Concha/Secom PMS