O Ministério dos Transportes está desenvolvendo um novo plano de concessão ferroviária que pode transformar a logística do Brasil, oferecendo até 2.400 quilômetros de trilhos à iniciativa privada. A proposta abrange a criação de um traçado que vai de Lucas do Rio Verde, no interior de Mato Grosso, até Ilhéus, na Bahia, cruzando o país de Leste a Oeste.
Esse projeto visa unir dois projetos ferroviários já em andamento: a Ferrovia do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A junção dessas malhas ferroviárias resultará em um novo corredor logístico, fundamental para o escoamento de grãos e minério de ferro. Os estudos de viabilidade técnica e econômica para essa concessão conjunta estão em fase de conclusão pela Infra S.A., empresa estatal ligada ao Ministério dos Transportes.
Até o final de 2024, esses relatórios serão encaminhados à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que dará início ao processo de consulta pública. O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, afirmou que a audiência pública está prevista para o final de janeiro de 2025. Ele também confirmou que a proposta poderá incluir uma alteração no traçado da Fiol, especialmente na parte que ainda não foi iniciada.
Atualmente, a Fiol já possui trechos em andamento entre Ilhéus e Barreiras, totalizando 1.022 quilômetros. Contudo, o projeto original previa que a ferrovia seguisse por mais 500 quilômetros até Figueirópolis (TO). A nova proposta sugere alterar esse trecho final, substituindo-o por um traçado que passaria por Mara Rosa (GO), o que facilitaria a conexão com a Fico e a Ferrovia Norte-Sul, formando um ponto único de interseção.
A Vale também está em negociações com o governo para assumir a concessão da Fiol, que atualmente está nas mãos da Bamin. Embora ainda não haja um acordo formal, as conversas indicam a possibilidade de transferência da concessão para a mineradora.
O governo federal, por sua vez, estuda a viabilidade de transferir a concessão para outra empresa, a fim de evitar a paralisação das obras e reduzir os custos com indenizações. A expectativa é que, com a concessão dessas ferrovias, o Brasil possa melhorar seu sistema logístico, com impactos diretos na competitividade do setor de exportação.
Foto: Elói Corrêa | GOV-BA | 23.2.2015