O governo e alguns dos maiores bancos em operação no país estão discutindo soluções para acelerar a saída da Novonor do controle da Braskem e assim resolver a venda da empresa que se arrasta há anos.
A Novonor, antiga Odebrecht, não conseguiu fechar o negócio. Hoje é impossível uma simples troca de dívida da Novonor por ações da Braskem, como proposto inicialmente, pois as ações oferecidas em garantia valem menos de um terço do valor da dívida, que é de R$ 15 bilhões em dívidas bancárias. O valor de mercado da Braskem caiu para cerca de R$ 12 bilhões, reduzindo o valor das ações da Novonor para menos de R$ 5 bilhões.
A ideia hoje entre os bancos credores é consolidar essas ações em um fundo de participação privada (FIP) controlado pelos bancos. O FIP proposto seria administrado por um executivo experiente com capital e conhecimento para fazer investimentos, visando o crescimento da empresa e, potencialmente, aumentando o seu valor de mercado. Para que essa dívida seja paga, as ações da Braskem têm que se valorizar, diz uma fonte.
O BNDES está liderando algumas dessas negociações, disseram as fontes, com o objetivo de manter influência na empresa, por meio de um acordo de acionistas com a Petrobras, a segunda maior acionista da Braskem.
Em entrevista à Reuters, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, confirmou o interesse em resolver o impasse da Braskem.
“Há sim uma solução que está sendo construída, aliás, mais de uma”, disse Mercadante. “Todos os bancos credores estão interessados, assim como a Petrobras”, acrescentou, sem dar detalhes ou especificar um cronograma para as negociações.
O problema é que a Novonor, que tem 50,1% das ações com direito a voto, quer manter uma pequena participação na Braskem, mas nem todos os bancos concordam com isso.
A venda da maior parte da participação da Novonor para um terceiro que dividiria o controle com a Petrobras ainda não está completamente descartada, apesar de uma série de tentativas frustradas. Com informações da Investnews.