O Dia Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau, comemorado na próxima segunda-feira (25), foi o foco de um encontro promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a realização de uma palestra com o nutricionista Lincon Pimentel. O tema abordado foi a “Cultura Alimentar na Bahia” e destacou a gastronomia como elemento fundamental da identidade baiana e sua contribuição histórica.
A atividade, ocorrida na última terça-feira (19), reuniu profissionais do segmento na Escola de Saúde Pública Municipal, no Comércio. Gilmara Sodré, subcoordenadora do setor de alimentos da Vigilância Sanitária de Salvador (Visa) ressaltou o valor socioeconômico da profissão, pontuando como as baianas de acarajé geram emprego e fomentam o turismo na Bahia.
“O acarajé é conhecido mundialmente, e isso gera uma grande responsabilidade tanto em termos culturais quanto sanitários. A vigilância sanitária tem um papel importante em garantir que os alimentos sejam preparados e comercializados de forma segura”, afirmou. Ela também mencionou o trabalho contínuo de capacitação e fiscalização para promover boas práticas alimentares e garantir a saúde do trabalhador.
O nutricionista Lincon Pimentel, por sua vez, abordou o papel da comida baiana, como o acarajé, na construção da identidade cultural do estado. “A comida baiana é muito mais do que apenas alimento; ela carrega consigo uma história de resistência, de ancestralidade e da contribuição dos povos africanos na formação da nossa culinária”, disse.
Para Pimentel, a gastronomia é uma verdadeira manifestação cultural que transcende a simples refeição e se torna um patrimônio imaterial da Bahia.
Angelimar Trindade, diretora administrativa da Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam), compartilhou sua experiência de 17 anos como vendedora de acarajé e destacou as ações municipais que têm contribuído para a valorização das profissionais.
“Além das capacitações promovidas pela Vigilância Sanitária, a Prefeitura tem investido em programas que ajudam as baianas a se empoderarem e de se atualizarem, como o curso de boas práticas alimentares e o projeto de transformação de resíduos. Essas ações fazem toda a diferença na nossa rotina de trabalho”, contou.
O evento também foi uma oportunidade para reforçar a importância das certificações e dos cuidados com a saúde no exercício da profissão, aspectos essenciais para garantir a qualidade dos alimentos e a segurança de quem trabalha na venda das iguarias.
As baianas e baianos de acarajé têm sido cada vez mais reconhecidos como agentes culturais e empreendedores que, com seus tabuleiros, mantêm viva uma tradição centenária, sendo patrimônio imaterial do Brasil desde 2005.
Foto: Otávio Santos/ Secom PMS