A Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL Salvador) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL Bahia) manifestaram oposição à recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual. Com essa medida, a taxa de juros básicos da economia brasileira passa de 10,75% para 11,25% ao ano. Para as entidades, essa elevação traz efeitos prejudiciais para a recuperação econômica do país, que ainda enfrenta desafios significativos após o impacto da pandemia.
As instituições do setor produtivo afirmam que o aumento da Selic impõe uma restrição adicional à atividade empresarial, dificultando a recuperação econômica e exacerbando os problemas estruturais da economia nacional. Em um cenário já marcado pelo alto nível de inadimplência e pela crescente taxa de empresas solicitando recuperação judicial, a elevação dos juros tende a agravar o quadro, prejudicando o acesso ao crédito e afetando negativamente o emprego e a renda.
Segundo a CDL Salvador e a FCDL Bahia, a alta dos juros tem um efeito direto na capacidade de investimento das empresas. O aumento do custo financeiro dificulta a expansão dos negócios e o financiamento de novos projetos, o que desestimula a geração de empregos e o crescimento econômico. No contexto atual, em que o Brasil já apresenta uma das maiores taxas de juros do mundo, o aumento da Selic tende a elevar os custos operacionais das empresas, impactando diretamente a cadeia produtiva e, por consequência, os consumidores.
Além disso, as entidades ressaltam que a elevação da taxa de juros agrava a situação das famílias brasileiras, especialmente as de menor poder aquisitivo, que já enfrentam dificuldades para acessar crédito com taxas mais acessíveis. O aumento no custo do crédito pode reduzir ainda mais o poder de consumo da população, prejudicando o comércio e outros setores da economia.
A CDL Salvador e a FCDL Bahia defendem que o foco da política monetária deve ser a retomada dos cortes na taxa de juros, ao invés de sua elevação. A redução gradual da Selic permitiria que o país avançasse na redução do custo financeiro suportado pelas empresas, o que seria benéfico para a cadeia produtiva como um todo, e para os consumidores, que enfrentam os reflexos dessa política.
As entidades destacam que, no atual cenário, o fortalecimento da economia brasileira é fundamental para garantir um futuro mais estável para a população, especialmente para os mais carentes. O fortalecimento do mercado interno e o estímulo ao consumo, através de juros mais baixos, são vistos como condições essenciais para impulsionar a recuperação econômica e garantir que o Brasil consiga superar os desafios econômicos do momento.
A crítica da CDL Salvador e da FCDL Bahia se soma a diversas outras entidades que também se posicionam contra o aumento da Selic, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essas organizações, representativas de diferentes setores da economia, têm se manifestado sobre o impacto da medida e defendido políticas públicas que favoreçam a recuperação econômica, a criação de empregos e o fortalecimento do poder de compra da população.