Considerados os primeiros nativos digitais, a chamada Geração Z (18 a 26 anos) entra na idade adulta com muito mais instrumentos financeiros à sua disposição do que as gerações anteriores. Mas na hora de escolher como investir, os jovens com mais condições financeiras se demonstram um tanto quanto “apegados às tradições” em suas escolhas: 47% preferem a poupança e aplicações de perfil moderado.
Entre os jovens nascidos a partir de 1997 e pertencentes a classe AB, ativos de renda fixa são escolha de 48%. Os produtos de renda variável também são incorporados aos investimentos, mas por parcelas menores de jovens. As ações são escolhas de 37%, fundos de 36% e os criptoativos 35%, diz um levantamento do BTG Pactual.
O levantamento aponta a idade média com que os jovens pesquisados começam a poupar/investir. Em geral, já a partir dos 22 anos como uma forma de se planejar para o futuro e tentar garantir uma emancipação financeira mais rápida. Entre os chamados Millennials (1981-1996), esse movimento foi a partir dos 27.
Entre os principais objetivos de investimento dentro do grupo analisado, estão: alcançar independência financeira (49%), criar reserva de emergência para imprevistos (48%), alcançar um objetivo a longo prazo, como carro, casa etc (47%) e alcançar um objetivo a curto prazo, como viagens, lazer e outros (42%).
Para gerenciar os recursos, 56% dizem usar bancos diferentes para serviços de banking e investimentos e 44% usam a mesma instituição para tudo. Quanto ao perfil do banco, 48% têm conta em banco tradicional e digital, 37% apenas digital e 15% apenas tradicional.
O estudo conduzido pelo BTG Pactual mostra que a usabilidade do app, conta que rende CDB, atendimento das necessidades e praticidade são pontos que chamam a atenção de quem tem entre 18 a 26 anos quando se trata de bancos digitais. Por outro lado, a percepção de segurança e solidez dos tradicionais também são atrativos.
Na relação com os bancos, se sobressaem alguns motivadores para criar uma conta bancária: benefícios e programas de fidelidade (35%), usar a plataforma em que recebe o salário (30%), ter atendimento 24h (29%) e se identificar com a marca (25%).
Em nota, Marcelo Flora, sócio e responsável pelas Plataformas Digitais do BTG Pactual, pontua que o engajamento desse público em relação às finanças influencia o desenvolvimento de produtos mais personalizados por parte das instituições financeiras. “Esses jovens investem não apenas em seu futuro, mas também em um mercado mais ágil e adaptado às suas necessidades”, ressalta.
O mapeamento mostrou ainda que 84% pensam constantemente sobre a vida financeira e priorizam aprender e se informar sobre finanças, utilizando principalmente os influenciadores para isso. Segundo o levantamento, 81% se mostram interessados e dizem consumir conteúdos sobre o assunto constantemente. Quando se trata de canais de comunicação, Youtube (55%), Instagram (35%) e cursos (34%) são os principais. As preferências coincidem com o mapeamento “Finfluence: quem fala de investimentos nas redes sociais”, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O levantamento do BTG Pactual foi feito por meio da plataforma MindMiners, com 750 jovens da Geração Z, da classe AB, em todo o país.
Foto: divulgação