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ABRASEL SE POSICIONA CONTRA O FIM DA ESCALA 6X1 “É UMA PROPOSTA ESTAPAFÚRDIA”

Matheus Souza - 12/11/2024 14:18 - Atualizado 12/11/2024

A Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – se posicionou contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa alterar a escala de trabalho de 6×1 (seis dias de trabalho e um dia de folga) para um regime de 36 horas semanais com descanso de três dias, afirmando que a medida “traz potenciais impactos negativos para consumidores, sociedade e empreendedores do setor de alimentação fora do lar”.

“É uma proposta estapafúrdia e que não reflete a realidade. As regulamentações estabelecidas pela Constituição e expressas na CLT são modernas e já trazem as ferramentas para garantir condições de trabalho dignas e justas aos colaboradores. A legislação atual permite que os trabalhadores escolham regimes de jornada adequados ao seu perfil, sem a necessidade de uma alteração constitucional que impacte a operação dos estabelecimentos em todo o Brasil, além de prejudicar os consumidores”, diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

Apesar da grande adesão ao fim da escala 6×1 nas redes sociais, principalmente por parte de trabalhadores do setor de comércio e serviços, onde afirmam que a jornada atual é exaustiva e desumana, a associação afirma que é “uma demanda da própria sociedade ter bares e restaurantes abertos sete dias da semana”, completando que “a mudança forçada na escala de trabalho teria impactos nesta oferta. Cerca de 95% do setor é de microempresas, que precisariam reduzir o horário de funcionamento diante da mudança, já que a folha de pagamentos é um dos maiores custos para manter o empreendimento aberto”.

Em nota, a associação ainda afirma que a redução drástica na jornada de trabalho pode resultar em aumento dos custos operacionais, o que, por sua vez, elevaria os preços finais para o cliente, afetando a experiência do consumidor e a competitividade do setor, em um momento que, segundo pesquisa da Abrasel, cerca de um quinto do setor trabalha com prejuízo, estimando que a medida poderia acarretar uma elevação de até 15% nos preços dos cardápios.

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