Em 2022, o Censo Demográfico identificou 572 favelas e comunidades urbanas na Bahia, distribuídas em 28 municípios, que representavam 6,7% dos 417 existentes no estado.
A Bahia tinha o 8º maior número de favelas, num ranking liderado por São Paulo (3.123 favelas), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849). No Brasil como um todo, o Censo 2022 mapeou 12.348 favelas e comunidades urbanas, em 656 municípios (11,8% dos 5.570 existentes).
O total de favelas na Bahia em 2022 (572) era pouco mais que o dobro de 2010, quando haviam sido identificadas 280 áreas. Ainda assim, nesse período, o estado caiu três posições no ranking nacional: tinha o 5º maior número de favelas e passou a 8º. Isso porque, de um Censo para o outro, houve aumento do número de favelas identificadas em todas as unidades da Federação, e o crescimento baiano foi o 6º menor dentre elas.
Em relação a 2010, quando tinham sido encontradas 6.329 favelas no Brasil, o total nacional dessas áreas quase dobrou. Goiás (152 favelas em 2022 frente a 12 em 2010), Mato Grosso (58 e 8 respectivamente) e Tocantins (39 e 6) apresentaram os maiores crescimentos no número de áreas.
O aumento generalizado no total de favelas e comunidades urbanas se deveu, em parte, a aprimoramentos metodológicos e tecnológicos do próprio IBGE, que permitiram identificá-las melhor e com mais precisão.
Além de terem aumentado numericamente, as favelas e comunidades urbanas também ampliaram sua presença no território baiano. Em 2010, haviam sido encontradas em apenas 10 municípios do estado, número que quase triplicou em 2022, indo a 28.
Salvador, seguiu, de longe, o município com maior número de favelas e comunidades urbanas na Bahia: 262, ou 45,8% do total do estado. Em seguida vinham Feira de Santana (49), Camaçari (47) e Lauro de Freitas (35).
Mas, considerando as cidades que tinham favelas em 2010 e 2022, Salvador apresentou apenas o 4º maior aumento numérico dessas áreas (+20 favelas em 12 anos), abaixo de Camaçari (+37 favelas), Itabuna (+33) e Lauro de Freitas (+28).
Salvador tinha, em 2022, o 5º maior número de favelas entre os 656 municípios brasileiros onde foram identificadas essas áreas. São Paulo/SP (1.359), Rio de Janeiro/RJ (813), Fortaleza/CE (503) e Recife/PE (295) lideravam o ranking, cujos nove primeiros lugares eram ocupados por capitais, com Guarulhos/SP em 10º (170 favelas).
Para o IBGE, as favelas e comunidades urbanas são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura etc.), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.
Em muitos casos, devido à sua origem compartilhada, relações de vizinhança, engajamento comunitário e intenso uso de espaços comuns, as favelas constituem identidade e representação comunitária.
Para identificar favelas e comunidades urbanas, o IBGE considera a predominância de domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse e pelo menos um dos demais critérios abaixo:
Ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos (iluminação, saneamento, drenagem etc.); Predomínio de edificações, arruamento e infraestrutura usualmente autoproduzidos e/ou orientados por parâmetros urbanísticos e construtivos distintos dos definidos pelos órgãos públicos; Localização em áreas com restrição à ocupação definidas pela legislação ambiental ou urbanística, como faixas de domínio de rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e áreas protegidas; ou em áreas de risco.
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