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BAHIA É O SEGUNDO ESTADO NO RANKING DE PESSOAS NEGRAS MORTAS POR POLICIAIS, DIZ ESTUDO

Bruna Carvalho - 07/11/2024 11:00

Nesta quinta-feira (7), a Rede de Observatórios da Segurança publicou um estudo que mostra que 4.025 pessoas foram mortas por policiais no Brasil em 2023. Desses, 3.169 casos têm recorte de raça e cor, sendo que 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.

O dados obtidos pela 5ª edição do boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão” mostram que a Bahia (94,6%) está atrás apenas de Pernambuco, com 95,7% das pessoas negras mortas por intervenção do Estado. Em seguida está o Amazonas (92,6%), Pará (91,7%), Ceará (88,7%), Rio de Janeiro (86,9%), Maranhão (80%), Piauí (74,1%) e São Paulo (66,3%).

Ainda de acordo com a pesquisa, a Bahia tem a polícia mais letal das nove unidades federativas analisadas, com 1.702 mortes. Esse foi o segundo maior número já registrado desde 2019 dentre todos os estados monitorados. Na sequência, vem Rio de Janeiro (871), Pará (530), São Paulo (510), Ceará (147), Pernambuco (117), Maranhão (62), Amazonas (59) e Piauí (27).

Segundo a cientista social e coordenadora da Rede, Silvia Ramos, “o que a gente vê na Bahia é uma escalada. Desde que a Rede começou a monitorar o estado, houve um aumento de 161% nas mortes. De 2019 a 2023, aconteceu o seguinte dentro da polícia baiana: em vez de coibir o uso da força letal, houve incentivo. Pode ter certeza, não é só porque os criminosos estão confrontando mais a polícia. É porque tem uma polícia cuja ação letal foi liberada”, revelou à Agência Brasil.

Contatada pela redação do portal Bahia Econômica, a Assessoria de Comunicação da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), informou que as ações preventivas realizadas pelas Forças Policiais e de Bombeiros resultaram na redução de 6% das mortes violentas em 2023, na comparação com o ano anterior.

Além disso, a pasta também afirma que, em 2024 (entre janeiro e outubro), com a ampliação do trabalho de inteligência, as ocorrências de homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte apresentaram diminuição de 10%. Ainda, nos meses de maio, junho, julho e agosto, a Polícia Civil contabilizou os menores índices de mortes violentas dos últimos 12 anos.

“A SSP acrescenta ainda que tem investido em capacitação, tecnologia e equipamentos de investigação, buscando sempre retirar das ruas armas de fogo. Em 2023, as Forças da Segurança apreenderam 55 fuzis, número recorde. No total, 6 mil armas de fogo foram apreendidas naquele ano. Acrescenta que durante as ações para localização de armamentos, nos últimos três anos, cerca de 300 viaturas foram atingidas por disparos de armas de fogo. Por fim, a SSP reitera o compromisso com a atuação dentro da legalidade, buscando sempre proteger a população”, diz a nota.

Foto: Ascom SSP

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