Em 2024, o Brasil registrou o maior índice de reeleição de prefeitos em duas décadas. Mais de 80% dos candidatos conseguiram se manter no poder em suas respectivas cidades, abrangendo 2.571 municípios, conforme análise baseada em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Antes deste ano, o recorde anterior de reeleições datava de 2008, quando 65% dos postulantes garantiram um novo mandato, totalizando 2.385 prefeitos reeleitos.
As eleições municipais do último domingo foram influenciadas por mudanças significativas iniciadas durante a administração de Jair Bolsonaro (PL), que alteraram a forma como os congressistas atuam na distribuição de emendas parlamentares.
Essas alterações resultaram na alocação de mais de R$ 80 bilhões em emendas para os 5.569 municípios brasileiros, abrangendo o período de 2021 a 2024, sob a gestão dos atuais prefeitos.
Conforme relatado pela Folha de S.Paulo, quase todos os 116 prefeitos que mais se beneficiaram dessas emendas foram reeleitos na votação recente, com uma taxa impressionante de 98% de sucesso, exceto por dois que não conseguiram a reeleição.
Entre os partidos com mais de cem candidatos buscando a reeleição, o Republicanos destacou-se com a maior taxa, alcançando 86% de reeleitos (203 de 235 prefeituras). Um caso notável foi a reeleição de Lorenzo Pazolini em Vitória (ES), a única capital sob a liderança do partido.
Em relação a partidos com menos de cem prefeitos na disputa, Cidadania e PC do B lideraram, com taxas de reeleição de 89% (17 de 19 municípios) e 86% (13 de 15 prefeituras), respectivamente.
Os estados com as melhores taxas de reeleição foram Amapá e Roraima, onde 100% dos prefeitos que tentaram a reeleição foram bem-sucedidos. No entanto, o número de concorrentes foi limitado, com apenas 9 e 10 candidatos, respectivamente.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil