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ENTREVISTA COM CELSO FERREIRA, VICE-PRESIDENTE DE OPERAÇÕES DA ACELEN

João Paulo - 28/10/2024 05:00

Bahia Econômica – Desde que assumiu a Refinaria de Mataripe, qual o investimento da Acelen na planta?

Celso Ferreira – Hoje temos um novo ativo, com melhorias em infraestrutura, operação, na produção e socioambientais, e mais de R$ 2 bi de investimentos. Com isso, o complexo industrial passou pelo maior programa de modernização de sua história em sete décadas.  A Acelen investiu 2.6 vezes mais em sua gestão do que a média histórica. Os resultados demonstram a transformação do ativo e o impacto positivo dos projetos socioambientais na vida das pessoas das comunidades do entorno. A companhia acelerou com excelência, segurança, responsabilidade e transparência, unindo produtividade a um olhar sustentável.

Bahia Econômica – Quais mudanças foram feitas no processo de produção e que processo sofreram modernização e ajustes?

Celso Ferreira – A  Acelen implantou inovações tecnológicas aplicadas à Automação e Indústria 4.0 capazes de acelerar a produtividade e reduzir o impacto ambiental, a exemplo do Centro Integrado de Manutenção (CIM), que integra dados de saúde de equipamentos e dados de processo de múltiplas plataformas. Com isso, monitorar os ativos por meio de análises preditivas e preventivas, atuando na correção do desvio antes que a falha ocorra. O programa de recuperação e modernização da Refinaria de Mataripe ainda revitalizou oito unidades e outras que não estavam operando voltaram a produzir. Os investimentos envolveram mais de 6.000 itens de equipamentos e cerca de 4.000 trabalhadores.

Bahia Econômica – Em relação a capacidade de produção, quanto era antes e qual a atual?

Celso Ferreira – Com os investimentos, houve aumento da capacidade total de produção de 289 mil barris por dia para 302 mil barris por dia, +4%; lançamento de cinco produtos (propano especial, butano especial, diesel marítimo, solvente, OCB1) ampliando o portfólio da empresa para mais de 30 produtos e mais de 83 recordes de produção. De 2021 até agora, aumentamos em 33% a produção de diesel, 181% em querosene de aviação e 198% em parafinas, levando a Acelen à liderança na produção e comercialização na América Latina. A Refmat é o segundo maior fornecedor de bunker (combustível marítimo) do Brasil, destinando combustível para Bahia e outras regiões brasileiras através de parceiros da Bahia de Todos os Santos, no Porto de Itaqui (MA) e na Baía de Sepetiba RJ).

⁠Bahia Econômica – Em relação ao Temadre, que investimentos foram feitos?

Celso Ferreira – O Terminal Aquaviário de Madre de Deus (Temadre) é o principal ponto de escoamento da produção da Refinaria de Mataripe, responsável por 42% do abastecimento do Nordeste e 80% da Bahia. A Acelen investiu R$ 70 milhões na primeira etapa da requalificação do Temadre com o objetivo de aumentar a segurança da navegação e das operações para as pessoas e o meio ambiente, além de receber navios SuezMax, com capacidade em torno de um milhão de barris de petróleo, e reduzir as emissões de CO2  logístico.  A segunda etapa da requalificação do Temadre está prevista para os próximos dois anos e prevê um novo investimento de R$ 15 milhões na modernização do Terminal, com melhorias adicionais complementares de confiabilidade. As obras dessa primeira etapa da requalificação foram concentradas no Temadre – Terminal do Mirim, no município de Madre de Deus-BA, incluiu inspeções emersas, acima do nível do mar, e submersas, além de recuperação estrutural e aplicação de proteção das superfícies dos dolfins, que são as estruturas de amarração e atracação dos navios.

A última fase desta requalificação foi a dragagem de manutenção do canal, que não era realizada há mais de 20 anos, e recuperou a sua profundidade operacional de navegação, de aproximadamente 15,5 metros, possibilitando receber carregamentos maiores de petróleo. Com isso, reduziu a necessidade do processo ship to ship, que é a transferência de cargas de petróleo e derivados de um navio diretamente para outro sem passar por estrutura em terra.

Este investimento representa mais um ativo revitalizado, aumentando a confiabilidade das operações, conferindo ganhos ambientais, logísticos e, consequentemente, melhor posicionamento e competitividade no setor de Óleo e Gás.

⁠Bahia Econômica – Sob o aspecto operacional, a Refinaria vale mais atualmente do que antes da privatização?

Celso Ferreira – A Acelen foi protagonista da abertura do mercado de refino e, desde então, vem demonstrando que a privatização traz oportunidades de crescimento e mais investimentos para a refinaria, aumentando sua capacidade produtiva e diversificando sua linha de produção. Desde à aquisição, investimos mais de R$ 2 bi com melhorias em infraestrutura, operação, na produção e socioambientais, e colocamos a refinaria entre as três melhores da América Latina.

⁠Bahia Econômica – Que mais o senhor gostaria de acrescentar?

Celso Ferreira – Vale ressaltar que todas as melhorias estruturais, técnicas e operacionais realizadas pela Acelen na Refinaria de Mataripe foram possíveis com uma força de trabalho qualificada e experiente. Geramos empregos e aumentamos nosso quadro em 28% de 2021-2024, valorizando os talentos das comunidades vizinhas à refinaria.

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