Apesar de, a cada ano, mais pessoas descobrirem que têm o Transtorno de Espectro Autista (TEA) ou o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a falta de informação continua sendo a principal barreira para que muitos indivíduos recebam o diagnóstico mais cedo. Recentemente, o filho da influenciadora e empresária Mari Maria, David, de 4 anos, foi diagnosticado com TDAH, após suspeita inicial de TEA. Ela, que também é mãe de Noah, de 2 anos, contou que a reação inicial de sua mãe foi negativa, devido à falta de informação.
De acordo com a fisioterapeuta e fundadora da Clínica Espaço Kids, Jamaica Araújo, tanto o TEA quanto o TDAH acometem o desenvolvimento neurológico, sendo possível perceber os sinais desde a fase infantil. Em ambas as condições, os indivíduos apresentam desatenção, disfunção social e desafio em interação social.
“Quanto mais cedo for feito o diagnóstico adequado, mais será possível aproveitar a janela de oportunidades do desenvolvimento infantil, quando há maior neuroplasticidade cerebral. As terapias de estímulo cognitivo, linguístico, sensorial e social iniciadas nessa fase são capazes de proporcionar o desenvolvimento da criança em várias áreas”, alerta Jamaica.
Ela também destaca que o diagnóstico desses transtornos comportamentais é confirmado por uma avaliação clínica feita por especialistas, com o auxílio de questionários padronizados e validados. “Muitas vezes, o autismo nível 1 só é diagnosticado na fase adulta. Então é importante entender que há um espectro com critérios a serem considerados antes de estabelecer o suporte adequado. Por isso, é de extrema importância o diagnóstico precoce e o acompanhamento por profissionais qualificados, não apenas para o TEA, mas também para o TDAH, a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Por isso, a abordagem para cada criança sempre será personalizada, envolvendo terapias adaptadas às necessidades individuais, para desenvolver habilidades específicas. “No TDAH, são utilizados fármacos para melhorar a atenção e terapias comportamentais, enquanto o TEA requer uma abordagem multidisciplinar com foco no desenvolvimento social e emocional, incluindo apoio à família para facilitar a adaptação”, informa a fisioterapeuta.
Crédito Foto: Reprodução/ Pais&Filhos