A Receita Federal divulgou que a arrecadação federal de impostos alcançou R$ 203,1 bilhões em setembro. O valor é recorde para o mês. O número mostra uma alta real de 11,61%, sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado deste ano, a arrecadação atingiu por sua vez R$ 1,934 trilhão, alta real de 9,68%. Esses dados são importantes porque ajudam o investidor a entender como estão as contas públicas, especialmente em um período em que a questão fiscal vem sendo amplamente discutida no mercado.
Para quem não se lembra, o arcabouço fiscal prevê que o governo zere o déficit (ou seja, equipare os ganhos com os gastos). O cumprimento dessa meta seria um sinal a investidores de que vai tudo bem, obrigado. Isso diminuiria a percepção de risco e, assim, os prêmios exigidos para se investir no Brasil. Trocando em miúdos: contas públicas saudáveis atraem mais investidores. Se mais investidores entram, especialmente estrangeiros, a tendência é que a bolsa suba e o dólar caia.
Portanto, uma arrecadação forte traz um sinal positivo, afinal, mais dinheiro está entrando nos cofres públicos. No entanto, isso só terá efeitos se o governo também implementar um corte de gastos de modo que as contas fiquem equiparadas. Nos números atualizados pela inflação, o resultado de setembro foi o melhor para o mês em toda a série histórica, com início em 1995. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o resultado também foi recorde.
Considerando somente as receitas administradas pela Receita Federal, houve alta real de 11,95% em setembro, somando R$ 196,6 bilhões. No ano, as administradas somaram R$ 1,841 trilhão, alta real de 9,67%. Já a receita própria de outros órgãos federais (onde estão os dados de royalties de petróleo, por exemplo) foi de R$ 6,52 bilhões no mês passado, alta real de 2,23%. No ano, a arrecadação de outros órgãos alcançou R$ 92,4 bilhões, alta real de 9,92%.
Foto: Divulgação/Joédson Alves/Agência Brasil