O sonho de se formar médico na Bahia é bastante caro. Um levantamento do Jornal Correio, mostrou que o valor final da formação acadêmica em medicina pode chegar a R$956 mil reais. Faculdade Zarns, localizada no bairro do Imbuí, em Salvador, é a que possui o valor de mensalidade mais alta dentre as dez que a reportagem conseguiu contactar: R$ 13.278,07. Em seis anos, os gastos chegam a R$ 956.021,04, fora os custos à parte com materiais didáticos. Mesmo assim, de acordo com Thiago São Bernardo, Head de Performance e Admissões da Clariens Educação (grupo do qual a Zarns faz parte), há diversos fatores que qualificam a faculdade e a colocam à frente das demais.
“Temos parcerias com os melhores hospitais e campos de estágios clínicos de qualidade, além de inúmeras parcerias internacionais. Como destaque, está também o grande investimento em pesquisa científica. Ofertamos um campus altamente tecnológico, com tudo que há de mais atualizado, como Clínica-escola própria, laboratórios e salas de aula imersivas”, afirma Thiago em entrevista ao Jornal.
Atualmente, há 29 escolas médicas no estado. Entre elas, é possível encontrar gratuidade em 11 universidades públicas ou valores mais em conta em algumas das 18 instituições privadas que ofertam o curso para a população baiana.
Segundo os dados da Demografia Médica, estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM) realizado neste ano, ao atingir o número de 29 faculdades de Medicina a Bahia alcançou a maior quantidade histórica de instituições do tipo no estado. Contudo, apesar das poucas exceções, a maioria das instituições privadas de ensino continuam com preços altos – o que vai de encontro com a argumentação a favor da ampliação do leque de opções, que se sustenta, entre outros motivos, no aumento do acesso de estudantes de baixa renda.
Para o médico Otávio Marambaia, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), o valor cobrado pelas instituições privadas não se justifica por conta da incompatibilidade de qualidade. “São faculdades que não têm campos de estágio, com um corpo docente insuficiente e com pouca qualificação, muitos deles, com pessoas que não são médicas, resultando em egressos sem treinamento e não preparados adequadamente para exercer a medicina de maneira plena”, pontua em entrevista ao jornal Correio.
Crédito: Pixabay