Você sabia que os erros de refração – miopia, astigmatismo e hipermetropia – são as principais causas de deficiência visual na infância? Quem ressalta o assunto, no mês da criança, é Carla Cordeiro Vita, oftalmologista do DayHORC – unidade da Opty – Rede Integrada. Ela orienta que os pais fiquem de olho nos possíveis indícios de problemas na visão, nesta fase da vida, a exemplo de dor de cabeça frequente, coceira nos olhos constantemente, dificuldade para enxergar de longe, olhar cansado e queda de rendimento escolar.
No Brasil, estima-se que 12,8 milhões de crianças entre 5 e 15 anos apresentam deficiência visual por erros refrativos não corrigidos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Além disso, outras disfunções, como catarata e glaucoma congênitos, comprometem a visão de forma grave. Para o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, com base na estimativa da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, é possível considerar que no Brasil existam 26 mil crianças cegas por doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou controladas precocemente.
A melhor estratégia, portanto, é prevenir, diagnosticar e tratar a queixa ocular logo no seu início. De acordo com Carla Cordeiro Vita, os cuidados devem começar já na gravidez, durante o pré-natal, período em que o especialista realiza exames e acompanha condições nas gestantes que podem colocar em risco a visão do feto, como rubéola, toxoplasmose, sífilis e herpes.
A oftalmopediatra Renata Messeder, do Instituto de Olhos Freitas, que é outra unidade da Opty – Rede Integrada, explica que, “ao nascer ou logo na primeira semana do pós-parto, de preferência, os recém-nascidos precisam ser submetidos ao teste do olhinho. O exame é essencial para investigar males que exigem cuidados urgentes, tais como catarata e glaucoma congênitos, além do retinoblastoma (tumor na retina). Caso esteja tudo bem com a visão, um exame completo deverá ser feito no primeiro ano de vida e, a partir daí, anualmente”, detalha a médica.
Os cuidados continuam
Marta Hercog, oftalmologista da Oftalmoclin – também integrante da Opty – Rede Integrada, ressalta que, na pré-escola (dos 4 aos 6 anos) e na segunda infância (dos 6 anos até a puberdade), as crianças também não podem deixar de ter acompanhamento oftalmológico, já que nessas fases são comuns os casos de miopia (dificuldade de ver de longe), astigmatismo (a imagem é distorcida) e hipermetropia (objetos próximos ficam embaçados), sobretudo por conta do uso de telas, como celular, tablet, computador e televisão.
A oftalmologista ainda alerta para outra disfunção que pode afetar a capacidade visual na infância, que é o estrabismo – o desalinhamento dos olhos, que é uma condição que atinge cerca de 5% da população infantil e tem diferentes formas: para dentro, para fora, para cima ou para baixo.
“Vale lembrar que, até por volta dos seis meses, é normal o desvio dos olhos. Contudo, se permanecer depois dessa idade, um oftalmopediatra deve ser consultado. Com o estrabismo, os olhos não focam a imagem no mesmo sentido, ao mesmo tempo, o que pode levar à diminuição da capacidade de enxergar, perda da percepção de profundidade e visão dupla. Por isso a importância de iniciar a correção precocemente, com o tratamento especializado, que pode incluir o uso de óculos especiais, tampão, exercícios para os olhos ou cirurgia”, detalha Marta Hercog.
Por fim, Gustavo Rodrigues, oftalmologista da OftalmoDiagnose – outra unidade que integra a Opty – dá dicas aos pais com relação aos principais desconfortos visuais na infância.