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SERVIÇOS EM AGOSTO SINALIZAM DESACELERAÇÃO, MAS CONSUMO DAS FAMÍLIAS ATENUA TENDÊNCIA

Victoria Isabel - 11/10/2024 16:59

A queda de 0,4% no setor de serviços em agosto, aliada à revisão para baixo do resultado de julho (de +1,2% para +0,2%) e ao desempenho no mês das atividades industrial e varejista, comprovam o quadro de desaceleração econômica no trimestre, afirmam economistas. Eles também argumentam que os serviços prestados às famílias, ainda aquecidos, podem servir com atenuador da tendência.

Em análise distribuída pelo Banco Inter, é destacado que a indústria foi o único dos três setores acompanhados pelo IBGE a figurar no campo positivo em agosto, mas mesmo assim com uma variação mais próxima de estabilidade.

“O volume de vendas no varejo e de prestação de serviço recuaram no mês, indicando um cenário de desaceleração da atividade em meio à política monetária mais restritiva”, diz o texto.

Para o Inter, agora com uma nova fase de alta da Selic e com um último trimestre sem impulsos fiscais excessivos, é esperada uma continuidade dessa desaceleração. O banco digital projeta que IBC-Br (o índice de atividade econômica do BC) de agosto terá uma queda de 0,14%.

O banco comenta que o resultado negativo de serviços em agosto foi resultado da retração das duas atividades de maior peso no índice: Transportes caíram 0,4% e serviços de informação e comunicação recuaram 1% no mês. Enquanto isso, Serviços profissionais ficaram estáveis e serviços às famílias e outros serviços cresceram 0,8% e 1,4%, respectivamente.

“A queda dos serviços no mês veio por parte das atividades mais ligadas à oferta, enquanto a demanda ainda se mostra resiliente. No entanto, o conjunto de dados do mês, incluindo a piora do endividamento das famílias e o aumento do custo do crédito podem influenciar um recuo no consumo à frente”, alerta a equipe de economistas do Inter.

O banco destaca que o BC tem se mostrado muito preocupado com o nível de atividade e seu possível impacto na inflação, principalmente baseado em novas estimativas de hiato do produto mais apertado, mas diz não ver tanto motivo para essa preocupação.

Além do IPCA de setembro mostrando um núcleo e uma inflação de serviços desacelerando em patamar bastante acomodado, o Inter cita a expectativa de menor impulso fiscal no último trimestre, caso o governo entregue a meta do superavit fiscal, o que terá impacto sobre a demanda como um todo.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

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