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ALIMENTAÇÃO PARA O DIA DAS CRIANÇAS SOBE MAIS QUE A INFLAÇÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES

Victoria Isabel - 11/10/2024 14:40

Em um cenário onde o nível geral de preços segue em trajetória de desinflação, principalmente em bens duráveis, a cesta de 22 produtos e serviços, dentre os mais procurados para o Dia das Crianças, apresentou inflação abaixo da média. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M, do FGV IBRE) acumulou aumento de 4,26% nos últimos 12 meses, a cesta desses itens para o Dia das Crianças subiu em média 2,15% em 12 meses. O cenário poderia ser melhor se não fosse a cesta de serviços, que aumentou 3,63% em média, nos últimos 12 meses. Com destaque para aqueles relacionados à alimentação.

Pelo lado dos serviços, os sucos de fruta (7,92%) estão entre os serviços de alimentação com maior aceleração, em seguida temos açaí (6,69%), sanduíches (4,67%) e sorvetes (5,05%) como as principais altas. Itens de lazer também tiveram elevação, a exemplo de clubes de recreação (4,36%) e teatro (3,67%). O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) Matheus Dias destaca que os serviços continuam a contribuir significativamente, mesmo em um cenário em que diversos setores apresentam desinflação. “A conjuntura atual do setor de serviços ainda é de desaceleração mais resistente do que os demais, a exemplo de bens duráveis que registraram quedas mais acentuadas. Com isso, mesmo em um cenário de desinflação de alimentos, a dinâmica de resiliência dos serviços acaba tornando mais lento o processo de repasse”, explicou.

Pelo lado dos presentes, a cesta dos 11 produtos mais tradicionais registrou queda de 1,58% em 12 meses. Esse número se deve, sobretudo, às quedas de preço de diversos bens duráveis, como celulares (-3,54%), aparelho de som (-2,31%) e computadores e periféricos (-0,25%). O pesquisador comenta que esse é o efeito do aperto monetário iniciado em 2021: “A manutenção da taxa de juros em patamar elevado teve como principal resultado a retração no consumo desses produtos, que são mais sensíveis ao crédito”, afirmou.

O economista destaca que a maior parte dos bens semiduráveis da cesta contribuíram com queda nos preços, alguns desses itens são: calçados infantis (-3,72%), roupas infantis (-2,64%) e boneca (-0,28%). Pelo outro lado, itens como livros (4,04%) e artigos esportivos (1,57%) registraram altas. “A conjuntura exige cautela, pois apesar dos principais produtos da cesta de presentes registrarem queda nos últimos 12 meses, há outros itens de consumo mais frequente que fazem parte dos gastos familiares que estão em tendência de aceleração”, concluiu.

Foto: Freepik

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