América Latina e Caribe
O Banco Mundial estima que a América Latina e o Caribe crescerão 1,9% em 2024, superando ligeiramente as previsões anteriores. Para 2025, a expectativa é de um crescimento econômico de 2,6%. Em junho, as projeções indicavam um crescimento de 1,8% para 2024 e 2,7% para 2025.
Segundo a instituição, a região deve “aproveitar o momento atual”. O relatório menciona a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos de reduzir as taxas de juros e a melhoria no controle inflacionário. Carlos Felipe Jaramillo, Vice-Presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, destaca que a região fez progressos na gestão da inflação e na estabilização do ambiente macroeconômico. Ele afirma que este é um momento crucial para alavancar essas conquistas, atraindo investimentos necessários para o desenvolvimento sustentável, promovendo inovação, construindo capital humano e criando mais e melhores empregos.
No entanto, o Banco Mundial observa que altos custos de capital, sistemas educacionais frágeis, infraestrutura precária e instabilidade social diminuem a atratividade da região como destino para nearshoring, a estratégia de transferir a produção para mercados próximos. O relatório “Taxar a riqueza para equidade e crescimento” ressalta que a região não está capitalizando totalmente as oportunidades de nearshoring e que os investimentos públicos e privados permanecem baixos.
William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, enfatiza que a transição verde e o nearshoring exigem reformas estruturais em todos os setores para aumentar a produtividade e competitividade da região. Ele sugere que isso requer a geração de mais espaço fiscal, a melhoria da eficácia do governo e a redução da carga tributária sobre setores produtivos. Maloney afirma que este é um bom momento para a região reconsiderar como seus sistemas tributários podem gerar receita, estimular o crescimento e promover a equidade.
O relatório defende a taxação da riqueza como um mecanismo para gerar espaço fiscal, equalizar a renda e estimular o crescimento, identificando os impostos sobre a propriedade como uma possível estratégia. O documento também recomenda a modernização dos sistemas de avaliação de propriedades, alertando que as reformas devem ser “cuidadosamente elaboradas” para garantir a progressividade e evitar a sobrecarga dos proprietários de imóveis de baixa renda.
De acordo com o Banco Mundial, 80% da riqueza da América Latina é mantida em imóveis, mas os países da região normalmente arrecadam apenas 2% de sua receita tributária com impostos sobre a propriedade. Em comparação, na América do Norte, cerca de 47% da riqueza é mantida em imóveis, contribuindo com aproximadamente 12,8% das receitas fiscais.
Atualmente, a América Latina e o Caribe apresentam alguns dos impostos corporativos estatutários mais altos do mundo, com uma média de 24,7%, superior à média da OCDE de 23,9% e à da Ásia de 19%. No entanto, a região arrecada apenas 2,7% de suas receitas com impostos sobre a riqueza, em comparação com 12,8% na América do Norte e 4,3% na Europa Ocidental e Central.
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