Por meio de nota publicada nesta terça-feira (8) nos principais jornais do estado a FIEB e as principais entidades do setor produtivo, além de sindicatos empresariais e de trabalhadores demonstraram sua preocupação com os riscos do processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que não contempla a manutenção dos trechos baianos pela concessionária – VLI Logística –, o que poderá levar ao isolamento logístico da Bahia.
Na nota, entidades que representam o setor produtivo e trabalhadores, além da Assembleia Legislativa e da Bancada Baiana na Câmara dos Deputados cobram do governo federal a manutenção da operação do corredor Minas-Bahia da FCA, investimentos na malha baiana e a estruturação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para operar o trecho, que tem mais de dois mil quilômetros.
Riscos – Pela proposta da VLI, os trechos da FCA na Bahia, que interligam o estado a Minas Gerais e Sergipe, serão descontinuados no contrato de renovação, com a paralisação desses trechos. Dos 7.220km de ferrovia sob concessão, a VLI quer devolver 2.132km, dos quais 291km (14%) são em território baiano – Bonfim/Petrolina e Alagoinhas/Propriá.
As entidades se preocupam também com o que acontecerá com os 1.883km, incluindo o trecho Corinto-Campo Formoso, de onde há ligações com os trechos a serem devolvidos no estado. Este grande trecho não está na renovação automática nem está incluído na proposta de devolução pela VLI, mas com indicação de ser descontinuado no contrato.
O trecho é estratégico para a Bahia porque faz a ligação Sudeste-Nordeste. Contudo, está com baixa eficiência operacional e custosa para a concessionária que, ao longo dos anos, não investiu na potencialização da carga. O ideal seria o estado ter uma nova ferrovia, com bitola de 1,60m, que é o novo modelo de ferrovia no Brasil, mas não há recursos para isso. Então, é preciso melhorar a eficiência dessa ferrovia, construída na década de 1950, e isso pode ser feito com a correção de raios de curva e rampas e mesmo de traçado.