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SETOR DE ENERGIA EÓLICA ESPERA PERDA BILIONÁRIA EM 2024

VICTOR OLIVEIRA - 04/10/2024 14:11 - Atualizado 07/10/2024

Nesta quarta-feira (2), o setor brasileiro de energia eólica informou que espera perdas de até R$1 bilhão este ano devido a deficiências na rede de transmissão, e pediu mais investimentos do governo.

Francisco Silva, diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), esclareceu durante 2ª Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado em São Paulo pela Agencia EFE, que o setor está passando por um momento “desafiador”.

Segundo Silva, as usinas eólicas já acumularam perdas entre R$600 milhões e R$700 milhões até o momento neste ano, devido a cortes no fornecimento causados pela transmissão precária.

“Temos visto um certo desmantelamento do setor eólico porque não há demanda por energia nova e porque não temos toda a infraestrutura necessária… A transmissão é um problema enorme, é um gargalo”, concluiu.

O setor eólico, que fornece cerca de 15% da energia do país, também está aguardando que o Congresso aprove um marco regulatório para o desenvolvimento de usinas offshore. Há 270 GW de projetos eólicos offshore que precisam ser “desbloqueados”, alertou silva.

Biometano

A capacidade também é grande na geração de biometano, também conhecido como gás natural renovável, a partir de aterros sanitários.

Conforme com o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão, a meta é produzir 1 milhão de metros cúbicos até o final de 2024, embora haja espaço para até 6 milhões.

“O aterro sanitário é um poço de petróleo renovável”, disse Maranhão.

Silvia Cabral, diretora de Regulação e Comercialização da Norte Energia, empresa que controla a usina hidrelétrica de Belo Monte, apontou outros avanços necessários, como a descarbonização do transporte.

A Norte Energia desenvolveu um barco elétrico para 23 pessoas em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), uma alternativa sustentável e acessível para descarbonizar o transporte fluvial na região amazônica. O catamarã, movido a energia limpa e renovável, foi apresentado em setembro.

Belo Monte faz parte da bacia do rio Xingu, cujos níveis caíram drasticamente devido à intensa seca na região amazônica, embora Cabral tenha ressaltado que a hidrelétrica vai manter a operação na ponta, entregando energia no horário de consumo de pico nacional até começar o período de chuvas.

O 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde é patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e pela empresa Norte Energia, e conta com o apoio da Vivo e da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.

Danil Shamkin/NurPhoto/Getty Images

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