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QUEIMADAS NO BRASIL: O RISCO REAL DO AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS DE CÂNCER E A URGÊNCIA POR ESTUDOS SOBRE O TEMA

LUIZA SANTOS - 27/09/2024 18:38

As queimadas que atingem diversas regiões do Brasil e seus impactos, especialmente para a saúde e o possível aumento da incidência de câncer, em particular o de pulmão foi tema de uma roda de conversa que aconteceu durante o 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute, que está acontecendo em Brasília.

De acordo com o diretor-geral do INCA e oncologista da Oncoclínicas, Roberto de Almeida Gil, a poluição do ar é um dos maiores fatores de risco para a morte precoce. “Estamos vendo um aumento nas internações por problemas respiratórios agudos causados pelas partículas inaladas nas queimadas, mas as consequências mais graves, como o desenvolvimento de câncer, aparecerão muitos anos depois. É o preço que vamos pagar pelo ar que estamos respirando hoje”, afirmou.

Na roda de conversa os debatedores explicaram que as micropartículas liberadas pelas queimadas — principalmente as chamadas PM2.5 — têm relação direta com inflamações pulmonares severas, levando a mutações celulares que, ao longo do tempo, podem resultar em câncer.

Segundo Tatiane Tilli, pesquisadora e coordenadora da Plataforma de Oncologia Translacional na Fiocruz, essas partículas são tão pequenas que não são detectáveis a olho nu, mas tem um enorme potencial de danos severos à saúde.
“São 30 vezes menores do que um fio de cabelo, e, embora não as percebamos, as consequências biológicas e celulares que causam são muito significativas. Elas promovem estresse oxidativo e alterações epigenéticas que aumentam a suscetibilidade ao desenvolvimento de tumores”, destacou.

Foto: Freepik

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