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PF REALIZA OPERAÇÃO COM MANDADOS CONTRA PREFEITO E CANDIDATO DE ILHÉUS

Bruna Carvalho - 26/09/2024 08:59

Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Barganha, que cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, entre os alvos estão o prefeito de Ilhéus, Mario Alexandre (PSD), e o candidato Bento Lima (PSD). A operação investiga supostos crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Além deles, um ex-procurador municipal e dois empresários também estão sendo investigados. Os contratos sob suspeita envolvem valores superiores a R$ 45 milhões, com desvios que teriam ocorrido nas áreas de saúde, educação e limpeza urbana.

De acordo com  informações da PF ao portal g1 Bahia, a investigação se baseia na delação premiada de um dos alvos de uma operação anterior, que apurava desvios de recursos federais destinados ao combate à Covid-19. Na delação, homologada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), o delator afirmou que Mario Alexandre negociou o recebimento de propina em um contrato irregular de coleta de lixo firmado pela prefeitura de Ilhéus.

O então procurador Jefferson Santos aprovou a contratação, mesmo com indícios de irregularidades. Segundo o delator, o prefeito ficaria com metade dos lucros da empresa contratada. Além disso, Mario Alexandre teria articulado a contratação de outra empresa, especializada em terceirização de mão de obra na área da saúde, também envolvida no esquema.

As negociações, segundo o delator, ocorreram em reuniões na casa do prefeito com representantes da empresa. Bento Lima, que era secretário de Gestão na época, inicialmente resistiu à nova contratação, pois já recebia propina da empresa que prestava serviços para a prefeitura.

Ainda segundo o delator, os empresários envolvidos custearam parte do valor de um carro comprado para a esposa de Mario Alexandre, a deputada Soane Galvão (PSD), em forma de propina. O valor seria de R$ 80 mil.

Outras informações indicam que os empresários também financiaram festas para o prefeito, além de estarem envolvidos no contrato de coleta de lixo investigado pela Operação Anóxia, deflagrada pela PF em 2020. As suspeitas sobre a participação do prefeito surgiram após a delação premiada.

Até o momento, Mario Alexandre e Bento Lima não se pronunciaram sobre as ações da PF. Eles responderão pelos crimes de fraude em licitação, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Operação Barganha também cumpriu mandados em outras cidades baianas, como Itabuna, Vitória da Conquista, Salvador e Lauro de Freitas. Durante as ações, a PF encontrou mais de R$ 700 mil em espécie na casa de um dos empresários investigados.

Foto: Reprodução / Illhéus Eventos

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