Nos últimos em dez anos, Salvador foi a cidade que mais aumentou a desigualdade entre negros e brancos, segundo o Índice de Equilíbrio Racial, do jornal Folha de São Paulo.
Das 26 capitais mais o Distrito Federal, 17 melhoraram no indicador de equilíbrio racial, de 2012 a 2022, enquanto em 9 a situação piorou e ficou estagnada em Rio Branco.
O indicador funciona assim: varia de -1 a 1. Quanto mais próximo de -1, maior é a representação dos brancos em relação aos negros. O ponto zero é o equilíbrio.
Em Salvador houve retrocesso entre 2012 e 2022 e o índice piorou de -0,31 para -0,41). Salvador ficou em último lugar entre as capitais com 0,41% e São Paulo, que era a capital com maior desigualdade do país em 2012, ficou como segunda pior, com – 0,39 e Rio de Janeiro parece como a terceira pior, com -0,36.
Em outras capitais, a situação melhorou, a exemplo de Macapá, que registrou o melhor desempenho do país, de -0,14 para -0,02. Salvador com -0,41 fica pior que a média do país que caiu de -0,35 para – 0,31.
“Os governos locais têm um papel relevante, pois estão mais próximos da realidade de suas populações e podem identificar os desafios regionais com mais precisão. Ao mesmo tempo, o governo nacional precisa coordenar políticas de alcance mais amplo, fornecendo suporte financeiro, técnico e normativo, além de criar diretrizes gerais que um melhor enfrentamento das desigualdades raciais”, diz Michael França, um dos autores do Índice.
O índice principal é composto por indicadores de educação, renda e longevidade.
Os números vêm de um trabalho dos pesquisadores do Núcleo de Estudos Raciais do Insper Alysson Portella, Daniel Duque, Fillipi Nascimento e Michael França. As informações são da Folha de São Paulo.
Foto: site Bdf