Um estudo feito entre os dias 2 e 11 de setembro aponta que ao menos 119 municípios baianos enfrentam falta de vacinas indicadas para crianças. O número representa 66,9% do total de 178 pesquisados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo o estudo, 97 cidades têm desabastecimento do imunizante varicela, que protege contra a catapora. Essa é a vacina que está ausente em mais postos de saúde da Bahia.
A primeira dose do imunizante contra a catapora é recomendada aos 15 meses, quando é administrada com a tríplice viral, que inclui proteção contra sarampo, caxumba e rubéola. A segunda dose deve ser do tipo varicela monovalente, aos 4 anos de idade, e a média de desabastecimento é de três meses em cidades brasileiras. Especialistas alertam que a queda da imunização pode comprometer o sistema de saúde. A Bahia é o estado que mais registra casos de catapora no país este ano.
“É importante manter essas doenças controladas para que haja menos risco de pessoas doentes, internações e óbitos. Doenças como essas (catapora, sarampo, meningite) tendem a ser mais graves no público pediátrico, principalmente os menores de 2 anos”, pontua a médica Anne Galastri, presidente do departamento de Infectologia da Sociedade Baiana de Pedriatria (Sobape).
A meningocócica C, que previne contra infecções na membrana que reveste o sistema nervoso central, é a segunda que os municípios baianos mais registram falta. Ao todo, 60 cidades admitiram a ausência do imunizante nos postos de saúde. A vacina deve ser administrada a partir dos 3 anos de idade e o esquema é finalizado depois de três doses. O período médio de desabastecimento é de três meses, segundo o estudo.
“A meningite é uma doença de alta letalidade, que pode ter casos graves e levar à morte. A varicela também pode ter casos graves, apesar de não serem tão comuns na infância. Sarampo e caxumba, por outro lado, praticamente deixaram de existir no Brasil”, diz a infectologista Ana Verônica Mascarenhas, vice coordenadora do curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). A falta de vacinação pode fazer com que doenças erradicadas voltem a circular.
O imunizante que protege contra caxumba, sarampo, rubéola e catapora, a vacina tetraviral, está ausente em 45 cidades, ainda segundo a pesquisa. Em seguida, aparece a vacina contra Covid-19, do laboratório Moderna, que está em falta em 36 cidades. Veja a lista completa abaixo. “Todas essas doenças são potencialmente graves, com altas taxas de internação, risco de óbitos e sequelas, além de algumas serem altamente transmissíveis. São consideradas problemas de saúde pública”
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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