Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE), a safra de grãos na Bahia cresceu 12%. Os cereais, leguminosas e oleaginosas, grupo de 15 produtos também chamados de grãos, são commodities responsáveis por quase R$ 2 em cada R$ 3 gerados pela agricultura brasileira (64,4% do valor total nacional, ou R$ 524,8 bilhões). Na Bahia, esse percentual é levemente maior, e os grãos respondem por 65,1% do valor total da agricultura, o que equivale a R$ 28,2 bilhões.
O estado teve crescimento na produção de grãos, entre 2022 e 2023, de 11,3 milhões de toneladas para o recorde de 12,7 milhões (+12,2%). Ainda assim, o valor da produção em 2023 caiu, ficando 12,1% menor do que o recorde para o período pós-Plano Real registrado em 2022 (R$ 32,1 bilhões). Apesar do recuo, a Bahia manteve, em 2023, a 7ª maior fatia do valor gerado pelos grãos no Brasil: 5,4% do total, que foi de R$ 524,8 bilhões. Houve leve queda frente a 2022, quando o estado havia respondido por 5,6% do valor nacional dos grãos.
A soja foi o produto agrícola com a maior queda absoluta do valor gerado da Bahia: de R$ 20,8 bilhões em 2022 para R$ 17,0 bilhões em 2023 (menos R$ 3,7 bilhões ou -18,0% em um ano). Ainda assim, o grão sustentou, com bastante vantagem, o maior valor de produção da agricultura do estado, representando 39,9% do total.
Apesar da queda no valor, o volume de produção de soja no estado aumentou. Em 2023, foram colhidas 7,777 milhões de toneladas, 818 mil a mais do que em 2022 (+11,8%). Com isso, a Bahia se manteve como o 7º maior produtor de soja no Brasil, em quantidade (5,1% do total nacional) e valor (4,9% do total gerado pelo produto).
Já o algodão herbáceo foi o grão com o maior aumento absoluto no valor de produção no estado, entre 2022 e 2023, passando de R$ 6,8 bilhões para R$ 7,3 bilhões (mais R$ 480,9 milhões ou +7,0% em um ano). É o 2º produto agrícola com o maior valor na Bahia, representando 16,9% do total do estado.
Além do aumento do valor de produção, também houve crescimento na quantidade de algodão produzido no estado, entre 2022 e 2023, que passou de 1,271 milhão para 1,453 milhão de toneladas no período (+181,3 mil toneladas ou +14,3%).
Com isso, a Bahia se manteve como o 2º maior produtor de algodão do Brasil, tanto em quantidade (19,4% do total nacional), quanto em valor (24,6% do total gerado pelo produto). Só fica atrás de Mato Grosso, que detém 71,5% da produção brasileira de algodão (5,4 milhões de 7,5 milhões de toneladas) e 68,5% do valor gerado pela cotonicultura (R$ 20,3 bilhões de R$ 29,7 bilhões).
Terceiro produto que mais gera valor para a agricultura baiana, o milho em grão rendeu, em 2023, R$ 2,9 bilhões ou 6,8% de todo o valor agrícola do estado. Houve queda de 15,9% frente ao valor de 2022 (menos R$ 557,5 milhões). Apesar disso, cresceu o volume de milho colhido em 2023, que foi de 3,1 milhões de toneladas, 358,0 mil a mais do que em 2022 (+13,1%). Com isso, a Bahia se manteve no 8º lugar no ranking nacional de produtores, mas caiu do 8º para o 10º lugar em relação ao valor da produção.
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