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MOSTRA SESI DE CINEMA BAIANO QUER APROXIMAR PÚBLICO DE PRODUÇÕES LOCAIS

LUIZA SANTOS - 09/09/2024 14:30 - Atualizado 09/09/2024

O cinema baiano vive e está em constante movimento de renovação. É o que defende e demonstra o Cine SESI – Mostra SESI de Cinema Baiano. O festival acontece entre 11 e 16 de setembro, no Centro Cultural SESI Casa Branca, em Salvador. Em sua primeiríssima edição, regido sob o tema “Bahia Presente”, com uma vasta exibição de produções cinematográficas baianas em cartaz, a Mostra tem a missão de apresentar às pessoas o que está sendo feito no estado em matéria de cinema. E vai ainda mais longe.

Ciente do potencial de mercado desta área de atuação, o Cine SESI – todo gratuito – promove também uma diversidade de cursos profissionalizantes, painéis de discussões e espaços de networking para aqueles interessados em trabalhar atrás das câmeras. Com isso, almeja enfatizar a produtividade e a qualidade do cinema local atual e incrementar o crescimento do setor.

“NordesteLAB, DiALAB, MIMB, Lugar de Mulher é no Cinema… São muitos os eventos que indicam que a Bahia está em destaque no circuito de cinema. E a classe está se fortalecendo. Nesse contexto, a Mostra vem para fortalecer a expansão da distribuição dos filmes e, claro, a ampliação de públicos”, reconhece Dayse Porto, uma das curadoras do projeto. Ao lado de Cecília Amado, ela dirige o filme Beleza da Noite (2022), que estará em cartaz na mostra.

“A meta é ocupar esse espaço gratuito, maravilhoso e inclusivo que o SESI Casa Branca oferece, para conquistar olhares e corações para a indústria criativa do cinema baiano”, complementa Davi Cavalcanti, o VJ Gabiru, também curador do Cine SESI. No cronograma, cabem ainda ações lúdico-formativas para crianças e adolescentes, uma performance inédita de live cinema, executada pelo próprio Gabiru mais outros artistas, e apresentações de DJs e VJs.

Na Sala Letieres Leite, a Mostra SESI de Cinema Baiano trará curtas e longas-metragens de ficção e documentário. Todos com representantes do cinema baiano contemporâneo. A programação, na íntegra, pode ser conferida aqui. Alguns outros títulos a serem exibidos: Café Com Canela (2017); Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano (2009); No Rastro do Pé de Bode (2023); A Matriarca (2022); Aleluia, O Canto Infinito do Tincoã (2020); e Receba! (2024).

As obras são organizadas em Sessões Mais Que Cinema, com produções relacionadas à música; Sessões Baianinha, com filmes infanto-juvenis; Sessões Presença exibem filmes contemporâneos de tema livre e com êxito de crítica e/ou plateia; e Sessões de Abertura e Extra. Os diretores e diretoras são convidados a uma breve conversa com o público.

Entre os destaques em cartaz, está a estreia do ator Lucas Leto como diretor, com o filme ‘Tudo é Legado’ (2024). O filme foi batizado, com o nome, pela mãe de santo de Lucas, a iaorixá Mãe Francis de Odé. Ex-Pantanal, Leto fala de como reconheceu a possibilidade real de fazer um curta, que se revelou após um registro audiovisual, e casual, feito por ele do depoimento de seu pai de santo, emocionado pela inauguração do terreiro.

“É uma alegria muito grande, e a realização de um sonho, estrear como diretor desse curta-metragem documental. Tive por muito tempo essa vontade de dirigir um projeto, e não sabia por onde começar. Os orixás me abençoaram, me deram esse presente e me guiaram para esse momento”, divide Leto.

“Eu documentei o nascimento do meu ilê. Junto com os meus irmãos de santo, consegui desenvolver um filme que serve de ferramenta social e política para mostrar como a nossa religião é bonita, como ela vai contra a maré de todo ódio, de todo preconceito, e segue resistindo e sendo um ponto de cura e de esperança na minha vida e na vida de quem tem fé nos orixás”, arremata ele.

Sessão de abertura
A première do Cine SESI, marcada para acontecer na próxima quinta-feira (11), reunirá cinema e música na mesma noite. A começar pela projeção dos mini-docs ‘É d’Oxum – A Força que Mora n’Água’ (2023) e ‘Bahia Eletrônica (2022), episódio da série The Beat Diaspora. Enquanto ‘É d’Oxum’ reverencia o hino baiano escrito por Gerônimo Santana e Vevé Calasans, com mais de 35 anos de história, ‘Bahia Eletrônica’ celebra a música baiana contemporânea, como axé, arrocha e pagodão. É desta forma que a Sessão de Abertura, como um reflexo de toda a Mostra, reúne passado, presente e futuro.

Além dos filmes, o evento, com início às 18h30, reserva uma performance de live cinema, feita pelos VJs Gabiru e Selene – também cineasta – e DJ Telefunksoul. A apresentação é composta por imagens dos filmes presentes na Mostra, que serão mixadas em tempo real, como um caleidoscópio audiovisual do cinema baiano. Para fechar a noite com o astral elevado, acontece uma discotecagem em vinil com os DJs Pureza e Raiz e um repertório com identidade afro baiana.

“O cinema baiano precisa desses espaços para apresentar as nossas produções e fazer as pessoas conhecerem o que está sendo feito. Então, pensamos em atividades lúdicas, para além das telas, também para envolver o público”, explica Rubian Melo, curadora do Cine SESI. “É uma oportunidade de aproximação. A gente pensou o tempo todo em atividades e que levem as pessoas pra sala de cinema. Desde crianças até os idosos. É um programa para a família, para os amigos, para as escolas, para as pessoas de Salvador”, frisa Rubian.

Foto: Divulgação

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