A cantora e compositora Ayrá Soares e os tambores do Ilê Aiyê, o mais antigo bloco afro do Carnaval da Bahia, vão encerrar a programação da 12º edição do Festival de Arte Negra A Cena Tá Preta, realizado pelo Bando de Teatro Olodum, entre os dias 05 e 08 de setembro, no Quarteirão das Artes, na Praça Castro Alves, Centro de Salvador.
Com dois singles lançados (‘Liberdade’ e ‘Nem no FDS’) Ayrá vem se destacando na cena musical por apresentar uma arte política, que mescla estilos da musicalidade caribenha com as células rítmicas afro baianas, tendo o som percussivo do Ilê Aiyê como uma das referências.
O show das duas gerações da música negra baiana será gratuito e acontece no dia 08 de setembro, a partir das 20h, no Espaço Cultural da Barroquinha.
Diversidade das artes negras
O Festival A Cena Tá Preta reunirá diversas vertentes das artes negras do Brasil em espetáculos de teatro, dança e música, exibição de filmes e videomapping, leitura dramática, performances artísticas e oficinas gratuitas. Com exceção dos espetáculos que terão preços populares (R$30 e R$15, a meia entrada), toda a programação é gratuita, incluindo uma oficina de interpretação com o escritor, ator e diretor Lázaro Ramos.
Com trabalhos de destaque no teatro, no cinema e na televisão, Lázaro irá compartilhar sua experiência de 30 anos de carreira, iniciada aos 15 anos no Bando de Teatro Olodum. A oficina é voltada para artistas em formação nas artes cênicas.
Talentos negros em destaque no cenário nacional estarão presentes no Festival, ocupando todo o Quarteirão das Artes, que é formado pelo Pátio Iyá Nassô, o Teatro Gregório de Mattos, o Espaço Boca de Brasa Centro, o Café-Teatro Nilda Spencer e o Espaço Cultural da Barroquinha.
Produções dos artistas do Bando
A abertura do Festival de Arte Negra A Cena Tá Preta será no dia 05 de setembro, com a revista musical Cabaré da Rrrrraça, um dos maiores sucessos do Bando de Teatro Olodum nesses 34 anos de trajetória da companhia. O espetáculo, criado em 1997 pelo Bando e pelo diretor Márcio Meirelles, antecipou os debates sobre a questão racial no Brasil, com humor, música e uma linguagem cênica própria do Bando. A montagem atual conta com direção de Cássia Valle, Valdinéia Soriano e Leno Sacramento, trio vencedor do Prêmio Braskem de Direção 2023, pelo espetáculo ‘Resistência Cabocla’.