Às vésperas do envio da proposta de Orçamento de 2025 ao Congresso Nacional, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) já fechou 39 acordos de aumento salarial para os servidores públicos, após paralisações de várias categorias. O último será assinado na noite desta quinta-feira, com analistas de infraestrutura.
Segundo projeções da equipe econômica, o impacto estimado dos acordos será de R$ 16 bilhões em 2025 e R$ 11 bilhões em 2026. O maior peso, de R$ 10 bilhões, é decorrente do reajuste salarial dos professores federais, que representam um terço do quadro dos servidores. O aumento foi concedido após uma greve por quase 70 dias.
Entre as maiores carreiras, ficaram de fora os servidores do Tesouro Nacional e Controladoria-Geral da União (CGU). Eles não aceitaram a proposta do governo. Segundo o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, os reajustes salariais variam entre as carreiras, mas em média o aumento será de 28% em quatro anos, até 2026. Também houve reajuste de benefícios, como vale-alimentação.
O percentual considera o reajuste linear de 9% concedido em 2023. Com reajustes nos auxílios de alimentação, creche e saúde, em maio deste ano, o aumento vai a 31%. — Os acordos que estamos fazendo significam que neste mandato do presidente Lula, os servidores não terão perdas inflacionárias. A inflação será reposta, inclusive uma parte de outros governos — afirmou Feijóo ao GLOBO.
O MGI finaliza um projeto a ser enviado ao Congresso com todos os acordos firmados com as categorias. Neste ano, a previsão do governo é que os gastos com pessoal e encargos sociais atinja R$ 373,7 bilhões. Apesar dos aumentos, técnicos do MGI alegam que o gasto da folha do Executivo, que representava 2,68% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, baixou para 2,61% em 2023 e 2,48% em 2024. Para o próximo ano, a projeção é de 2,59% do PIB. A explicação é que o crescimento do PIB supera a elevação de gastos. Em 2024, não houve reajuste para servidores, e categorias como servidores do Banco Central e professores fizeram movimentos de paralisação.
Foto: Foto: Geraldo Magela/Agência Senado