As projeções de juros de prazo mais curto recuaram a as longas avançaram no mercado futuro da B3, ajustando-se às declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à Miriam Leitão no jornal O Globo. Campos Neto deu sinais de que a decisão de voltar a subir os juros básicos ainda não foi tomada, sugeriu que a visão de alta da Selic está mais concentrada no mercado do que nas análises econômicas e mostrou que há fatores que podem mudar esse cenário até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária.
Diante dessas declarações, as projeções para janeiro de 2025 e 2026 caíram 0,05 ponto porcentual, para 10,78% e 11,49% respectivamente. Com a visão de que juro menor agora representa taxa maior no futuro, os contratos mais longos ficaram estáveis, como o de janeiro de 2027, e subiram proporcionalmente ao prazo, de 0,03 ponto porcentual para janeiro de 2028 a 0,06% para 2030. O dólar também sobe no mercado futuro, também reagindo à previsão de juro mais baixo no curto prazo, e avança 0,83%, para R$ 5,46, também compensando parte da queda de ontem.
Na entrevista, Campos Neto, ao ser questionado sobre as projeções de alta dos juros, afirmou que “a gente sempre disse que se fosse necessário subir os juros, subiria, mas não lembro de ter falado de alta de juros”. Segundo ele, o mercado já vinha colocando um pouco de expectativa de alta na curva, mas (a decisão) “não depende só do mercado, precisa olhar o cenário daqui para frente”. Para Campos Neto, a economia está forte, parte do mercado de trabalho está forte, a inflação em 12 meses bateu 4,5%, mas vai cair um pouco, e os próximos números vão ser melhores. Ele afirmou ainda que “os economistas não estão prevendo alta (de juros) para este ano, mas o mercado sim. É importante ter calma, ter cautela nos momentos de muita volatilidade.”
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
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