A retomada das atividades na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Araucária (Fafen), no Paraná, após quatro anos fechada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, é o primeiro passo para que o Brasil volte a ter destaque no setor de fertilizantes, deixando de importar o insumo de países como Rússia, Ucrânia e Irã. Com isso, cresce também a expectativa de que as fábricas Fafen, de Laranjeiras (SE), e de Camaçari (BA), voltem a ser reestatizadas e a fazer parte do sistema Petrobras. Hoje, ambas as fábricas são controladas pela Unigel.
Esse ponto de vista foi defendido ontem (16/8) por Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Segundo ele, após a greve histórica realizada em 2020, contra a privatização da Petrobras e em defesa da permanência da empresa no setor de fertilizantes, ocorreu um processo de demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras da Fafen Paraná. “Felizmente não são somente os trabalhadores que estão retornando hoje. A Petrobras volta com força ao setor, com investimentos significativos no estado do Paraná. Temos um país que, a partir da agricultura familiar alimenta o povo brasileiro. Como um país como o nosso pode ficar dependendo em mais de 90 por cento de fertilizantes importados para atender nossa demanda?”, questiona o líder dos petroleiros e petroleiras. .
O coordenador da FUP destaca ainda que, com o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes no Brasil, “nós reduziremos a nossa necessidade de importação de derivados de petróleo, como a amônia e ureia. Somos um país agroexportador. Precisamos de fertilizantes nitrogenados para garantir a produção agrícola nacional, o que garante a exportação das commodities e a soberania alimentar”. – A agroindústria e a agricultura familiar precisam de fertilizantes nitrogenados. Esperamos que até o final do ano ocorra o fim do arrendamento, que foi feito à Unigel, das duas fábricas de fertilizantes localizadas na Bahia e em Sergipe, frisou Bacelar.