Com o objetivo de contribuir para a prevenção e para combater a violência contra a mulher em Salvador, a Secretaria Municipal de Gestão (Semge), por meio da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), promoveu na última quarta-feira (14) uma mesa de debate no Espaço Cultural da Barroquinha, com a participação de cerca de 100 colaboradores municipais.
O debate foi mediado por Paloma Ayres, membro do Comitê Técnico de Combate à Violência Institucional Contra as Mulheres da Prefeitura, e contou com a presença de lideranças responsáveis pelas políticas promovidas pela prefeitura para prevenir e enfrentar o feminicídio.
Prevenção
Fernanda Lordelo, secretária de Política para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e uma das participantes da mesa, destacou a importância de discutir o tema, considerando a situação da mulher no mercado de trabalho. “Quando uma mulher não está inserida no mercado de trabalho e não tem autonomia, ela se torna mais vulnerável à violência. Portanto, é fundamental que nossos servidores tenham as informações necessárias sobre o que é a violência contra a mulher, para poder traçar estratégias que fortaleçam essas mulheres”, explicou.
Fernanda Cerqueira, diretora de Políticas para as Mulheres da SPMJ e também participante da mesa, enfatizou a importância da prevenção para consolidar a gestão vanguardista de Salvador. “Devemos fortalecer essas ações dentro da prefeitura para que o corpo institucional seja capacitado em questões de gênero e em todas as políticas necessárias para eliminar todas as formas de violência, incluindo a violência institucional. É crucial manter uma participação forte das mulheres no âmbito municipal de Salvador”, acrescentou.
Dentre as ações discutidas pela prefeitura, destacam-se o programa de enfrentamento à violência institucional contra a mulher, as ações externas em shoppings e a Patrulha Guardiã Maria da Penha da Guarda Civil Municipal (GCM). Géssica Reis, coordenadora da patrulha e participante da mesa, ressaltou que o projeto visa oferecer um serviço mais ágil e de qualidade às vítimas que procuram a Casa da Mulher Brasileira e necessitam de apoio.
Responsabilidade
Mariana Trocoli, diretora da DGP, citou o recente caso de uma delegada da Polícia Civil assassinada como exemplo da importância de promover ações que ajudem a identificar e combater a violência contra a mulher. “Violência de gênero não tem classe social, profissão ou raça. Trazer essa discussão para o ambiente público ajuda a sensibilizar os servidores e a comunidade em geral. Precisamos de uma rede de apoio que inclua todos os envolvidos”, enfatizou.
Pedro Valejo, chefe do setor de desenvolvimento e engajamento de pessoas na Semge e um dos organizadores do evento, destacou que ninguém está isento da responsabilidade de identificar e intervir corretamente em situações de violência contra a mulher. “É essencial envolver todas as partes na luta contra a violência, incluindo testemunhas, pois todos nós, como sociedade, somos testemunhas desse problema. Estamos aqui para disseminar informação, promover engajamento e empoderamento. Só assim conseguiremos, com um trabalho de longo prazo, causar um impacto positivo”, completou. Segundo Pedro, o último relatório de segurança pública apresentou uma redução de 46% nos casos de feminicídio em Salvador.
Agosto Lilás
A ação integra a campanha nacional Agosto Lilás, que busca conscientizar a sociedade sobre as diversas formas de combater a violência de gênero, seja institucional ou doméstica. A campanha marca o aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006. Por isso, convencionou-se utilizar o mês de agosto para intensificar o combate à violência contra a mulher.
Foto: Bruno Conca / Secom PMS
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