Economistas pelo país prestam homenagens a Antônio Delfim Netto, ex-ministro Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal, morreu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos. Ele estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Albert Einstein, por conta de complicações em seu quadro de saúde. Veja abaixo as manifestações de economistas brasileiros.
Igor Rocha, economista-chefe da FIESP
“John Maynard Keynes escreveu que um bom economista deve combinar os talentos do “matemático, historiador, estadista e filósofo. Delfim foi quem compreendeu isso em absoluto, melhorando ainda com um excelente senso de humor. Sentiremos falta.”
André Perfeito, economista
“Delfim Netto foi um economista que refletiu seus pais e seu ofício. Contraditório e plástico circulava entre as mais diversas escolas econômicas e grupos políticos fazendo dele uma rara ponte entre visões diferentes de país. Fará falta para o Brasil.”
André Roncaglia, economista
“Delfim foi muito importante na formação da profissão de economista no Brasil. Sua tese sobre o café foi um marco nos estudos de economia brasileira. Escritor hábil e erudito e com refinado senso de humor, Delfim era um desenvolvimentista à moda antiga e sempre defendeu o equilíbrio dinâmico entre o mercado e as urnas, sem extremismos. Deixa uma vasta obra, como pensador e homem público, a ser debatida e estudada.”
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados
“Delfim era um caso raro de economista, dos completos que são difíceis de se ver ainda. Tinha um conhecimento enciclopédico e algo importante também que era uma bela retorica, uma enorme capacidade de convencimento. Deixa um legado importante de construção da FEA dos anos 50 e 60 com obras relevantes como O Problema do Café no Brasil.”
Tony Volpon, economista e ex-diretor do BC
Segundo o economista Tony Volpon, Delfim foi como Affonso Celso Pastore, “um dos grandes que passavam com facilidade entre academia e governo” e que seu legado, “como de toda aquela geração, foi a incapacidade de dar continuidade ao processo de crescimento acelerado do ‘milagre'”.
Cristiano Oliveira, economista e diretor de pesquisa econômica do Banco Pine
“Tive o privilégio de interagir com Delfim Netto em diversos momentos de minha carreira profissional. A cada oportunidade de escutá-lo eu aprendia algo, não apenas sobre economia, mas também sobre ciência política, filosofia e ‘pensar’ como estrategista — dado o seu vasto conhecimento. Delfim Netto já faz falta no debate econômico e político.”
Felipe Salto, economista-chefe da Warren
“Delfim Netto era um professor, mestre no sentido mais belo da palavra. Intelectual público marcante, ajudou a estruturar o pensamento econômico brasileiro e o próprio ensino da economia. Pessoalmente, aprendi muito com ele e testemunhei sua capacidade indescritível de traçar o futuro, quando as coisas eram incertas, e sempre ter um conselho bom na manga para os mais jovens. Fará muita falta.”