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GUILHERME COSTA, O CACHORRÃO, DEIXA DISPUTA DAS ÁGUAS ABERTAS APÓS 4 VOLTAS

João Paulo - 09/08/2024 13:40

Guilherme Costa, o Cachorrão, não completou a prova de águas abertas (maratona aquática) dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, nesta sexta-feira. O atleta, que foi 5º nos 400m livre, na piscina, não tem a prova entre suas especialidades, mas conseguiu a classificação por uma regra extraordinária do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele decidiu abandonar após perder posições e avaliar que não chegaria junto do pelotão de frente.

O Brasil teve como representante na modalidade, oficialmente, apenas no feminino com Ana Marcela Cunha, campeã em Tóquio e 4º lugar em Paris, e Viviane Jungblut. Quando um comitê olímpico não tem participante, o COI e a World Aquatics permitem que nadadores com índices nos 800m e 1.500m participem. Foi o caso de Guilherme Costa. Ele encarou a participação mais como um desafio, já que sequer teve tempo de treino adequado.

O nadador de 25 anos largou na 14ª posição e manteve-se até a metade da segunda volta (3,2km), com cerca de 15 segundos da liderança. Conforme a prova avançou, porém, Cachorrão perdeu ritmo. Ele abriu a terceira volta (4,2km) já em 18º. Perdendo mais posições, Guilherme Costa havia percorrido cerca de 7,6 km, quase na metade da quarta volta, quando deixou a disputa. Ele era o 22º e tinha 3min26s1 em relação ao líder, o húngaro Kristof Rasovszky, que acabou campeão. Cachorrão saiu do Rio Sena após nadar por 1h16min28s5.

“Acho que o principal foi a correnteza, estava bem grande na volta. Ficou bem difícil de nadar. É uma prova nova para mim. Quis nadar, já que não tinha ninguém do Brasil. Mas foi uma prova que a gente não treinou nada. Focamos na piscina. Como a maratona era depois, não me atrapalhou em nada. Quis arriscar, tentei ficar o máximo possível no pelotão. Acabei perdendo no final da terceira volta e saí porque não ia dar para chegar no primeiro pelotão mais”, explicou o nadador à TV Globo.

Assim como na prova feminina, os homens tiveram que buscar a margem do rio, próximos de um muro, no momento em que nadavam contra a corrente. O brasileiro teve um pequeno machucado no braço ao pegar de raspão na parede. Sobre a qualidade da água, Costa definiu como “normal” as condições do Sena e relatou não sentir cheiro, mas ressalvou: “Vamos ver depois, mas pelo menos hoje, achei tudo normal”. Na quinta-feira, Ana Marcela relatou ter engolido a água do Rio Sena.

Atletas de Bélgica, Suíça e Portugal tiveram relatos de infecção gástrica após contato com as águas do Sena. Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, a natação no local era proibida há quase um século. A ministra francesa do Esporte e a prefeita de Paris chegaram comemorar a balneabilidade com um nado no rio francês. O processo de limpeza custou quase 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 8,7 bilhões).

Crédito: Miriam Jeske/COB

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