Entre os bilhões em investimentos para ampliar a oferta de energia elétrica a partir de fontes renováveis no Brasil, há outros bilhões sendo investidos em termoelétricas.
A Eneva e Âmbar Energia, por exemplo, estão investindo R$ 7,6 bilhões em nas para a compra de quase duas dezenas de usinas termelétricas movidas a diesel ou a gás natural.
E aí vem a pergunta: por que ainda existem empresas que investem em usinas termelétricas se o futuro é “verde”?
A resposta é surpreendente e indica que a ascensão de projetos de usinas eólicas e solares, exige mais energia termoelétrica. Isso porque energia solar e eólica já são responsáveis por 33,4% da energia elétrica gerada no país, mas essa matrizes energéticas são intermitentes – não produzem energia 24 horas por dia, sete dias por semana. Então quem supre o setor quando não há sol ou falta vento são as usinas termelétrica.
A necessidade das térmicas também surge em períodos de estiagem, quando as hidrelétricas, responsáveis por 48% da nossa matriz atual, não conseguem desempenhar todo seu potencial, a exemplo do que ocorreu na seca de 2021 e na crise do “apagão” do início dos anos 2000.
“O sistema elétrico precisa de fontes despacháveis [que conseguem gerar eletricidade a qualquer momento]. É isso que traz a nossa segurança energética. Se não choveu o suficiente, se não ventou ou o dia está nublado, é a térmica quem vai segurar”, resume Marcelo Cruz Lopes, diretor de comercialização e novos negócios da Eneva. (InvestNews)