A importância da educação financeira nas escolas é um tema relevante e que tem sido discutido com mais frequência nos últimos anos, após ter se tornado obrigatória no currículo escolar, pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2020. Nesse sentido, na era do consumo desenfreado e do fácil acesso ao crédito, ela se torna uma ferramenta crucial para garantir a saúde financeira dos jovens.
Em junho de 2024, o percentual de brasileiros endividados foi de 78,8%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Já na Bahia, em março deste ano, foram negociados mais de R$ 20 milhões em dívidas, e Salvador aparece entre as cidades com maior volume de negociações no Brasil.
É fundamental que a geração Alpha, ou seja, quem nasceu a partir de 2010, aprenda a gerir seus recursos, tomar decisões conscientes e alcançar seus objetivos. Por isso, o educador financeiro assume um papel fundamental na disseminação do conhecimento sobre finanças pessoais. Ele atua como um guia, orientando na construção de hábitos financeiros saudáveis e na tomada de decisões conscientes.
Atrair o interesse dos alunos e fazê-los compreender a importância do tema, exige uma gestão financeira escolar eficaz. Para que isso ocorra, é necessário promover um ambiente propício, acolhedor e seguro, onde os alunos se sintam à vontade para discutir suas dúvidas e experiências. Também é importante utilizar uma linguagem acessível e clara, evitando termos técnicos e jargões financeiros, que possam dificultar a compreensão.
A Land School Federação, escola bilíngue premium e extensão da Gurilândia Schools, que integra o Inspired Education Group, adota uma abordagem holística dos conteúdos, buscando incorporar significado ao que é ensinado em sala de aula. Nessa perspectiva, a educação financeira é tratada como um tema transversal em diferentes componentes curriculares. Os estudantes são incentivados a explorar a educação financeira de diversas maneiras, integrando-a ao aprendizado diário e aos vários aspectos do currículo.
“É importante que a geração Alpha, principalmente os nossos alunos, aprendam a ter mais autonomia e responsabilidade e adquiram a capacidade de administrar seu próprio dinheiro, evitando o endividamento. Precisam ter mais consciência e planejamento, aprendendo a diferenciar necessidades de desejos, e a planejar seus gastos. Também é necessário que compreendam o funcionamento do sistema financeiro e como ele impacta a sociedade, para que se tornem cidadãos mais responsáveis”, afirmou Graciela Coracini, diretora da Land School Federação.
Desse modo, são aplicadas em sala de aula situações cotidianas, como a gestão de uma conta bancária, criação de um plano de poupança ou formas de planejamento financeiro, a partir de um orçamento real, o que ajuda a contextualizar e aplicar conceitos de forma simples e prática.
“Incorporamos a educação financeira em disciplinas, como Matemática, em que nossos alunos aprendem sobre juros, investimentos e orçamentos, por exemplo. Em Ciências Sociais, discutimos implicações econômicas e financeiras em diferentes realidades, incentivando reflexões sobre questões de equidade e sustentabilidade financeira”, explicou Lucas Stasi, vice-diretor e coordenador pedagógico do ensino médio da Land School Federação.
“Além disso, nossos alunos do ensino médio têm a oportunidade de cursar IB Business Management, uma disciplina na qual os estudantes exploram tópicos, como contabilidade, finanças corporativas, marketing, recursos humanos e estratégia empresarial. Eles participam de estudos de caso reais, desenvolvem planos de negócios e simulam decisões empresariais, o que lhes proporciona uma visão abrangente e prática do mundo dos negócios”, complementou Lucas Stasi, vice-diretor e coordenador pedagógico do ensino médio da Land School Federação.
Aprendizado em longo prazo
Educação financeira é sobre comportamentos, experiências de consumo e desenvolvimento de hábitos. Ela é essencial em todas as etapas da vida, então é importante adequar a abordagem e a linguagem para cada faixa etária.
Contudo, é importante lembrar que este é um processo contínuo, por isso deve ser iniciado na infância e se estender ao longo da vida. “Ao investir na educação financeira dos jovens, estamos proporcionando um futuro mais próspero e sustentável”, ressaltou Graciela Coracini, diretora da Land School Federação.
Dos 8 aos 12 anos de idade, é possível desenvolver com mais facilidade o raciocínio lógico. Com auxílio de atividades práticas, a mesada pode ser utilizada com o intuito de administrar o próprio dinheiro, ter uma poupança para objetos específicos ou participar de atividades de arrecadação de fundos.
Já dos 13 aos 18 anos, devem ser definidos objetivos e prioridades. De forma concreta, é possível que haja participação na criação de um orçamento básico, voltado para uma festa de aniversário, uma viagem ou até mesmo visando o empreendedorismo.
“É válido que haja o incentivo ao trabalho por meio período, como jovem aprendiz, ou nos negócios da família, para que seja possível aprender conceitos básicos de investimento e fazer um controle financeiro antes de realizar uma compra. Existem conteúdos de qualidade na internet, e até jogos, que auxiliam no desenvolvimento da educação financeira”, ponderou Keila Parente, psicóloga da Land School Federação.
A ideia é que o adolescente administre a mesada com o apoio dos pais. Além disso, devem ser estabelecidas regras claras sobre o uso do dinheiro, tais como: incentivo à poupança, auxílio na criação de orçamentos, permissão para serem tomadas algumas decisões de compra e cuidados com a exposição à publicidade, a qual pode estimular negativamente o consumismo.
“Para além do conhecimento sobre finanças, a educação financeira fala da nossa relação com o consumo, nossa capacidade de resolução de situações-problema e manejo emocional. Portanto, devemos trabalhar de forma integrada e colaborativa, seja por meio de orientações, rodas de conversas, projetos interdisciplinares, atividades que envolvem planejamento financeiro, entre outros”, concluiu Keila Parente, psicóloga da Land School Federação.
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