O mês de maio registrou 6,9 milhões de companhias inadimplentes, o maior número da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Em relação a março e abril deste ano, quando o índice se mantinha estável, o aumento foi de 2%. O valor das dívidas, quando somadas, bateu a marca de R$ 143,9 bilhões, total registrado pela primeira vez. Em média, cada CNPJ teve cerca de sete contas negativadas no período.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a estabilidade pode não ter se sustentado em maio devido a interrupção na queda da taxa de juros, que vinha se mantendo estável, o que impacta, sobretudo, os débitos de longa duração. Além disso, a valorização do dólar exerce uma pressão adicional.
“Empresas endividadas a longo prazo enfrentam maior risco. O incremento nas taxas de juros pode resultar em pagamentos mais elevados, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas obrigações pode levar à inadimplência”. diz o economista. Quanto à valorização do dólar, o especialista alerta: “importadores de insumos ou produtos finais são diretamente afetados. O fortalecimento do dólar encarece essas importações, impactando as margens de lucro e prejudicando a liquidez para cumprir com as obrigações financeiras”.
Em maio de 2024, ainda segundo o indicador, as companhias do setor de “Serviços” foram as mais afetadas e representaram 55,6% do total de inadimplentes no mês. Em seguida, apareceu “Comércio”, com 35,9%, “Indústrias”, com 7,4%, “Setor Primário”, com 0,8% e “Outros”, com 0,3% – categoria que contempla empresas “Financeiras” e do “Terceiro Setor”.
Já em relação ao setor das dívidas, a maior parte delas é de “Outros” (28,8%), que considera contas com Indústrias, Terceiro Setor e Primário. O menos impactado pela inadimplência em maio foi “Securitizadoras” (0.9%).
Na visão por regiões, os top cinco estados com mais empresas inadimplentes em maio foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Já os estados que menos registraram contas em atraso foram Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima.
Do total de 6,9 milhões de empresas inadimplentes em maio, 6,4 milhões eram Micro e Pequenas Empresas (MPEs), das quais somavam mais de 45,1 milhões de dívidas cujo valor total ultrapassou R$ 123,5 bilhões e indicam a média de sete contas atrasadas por CNPJ no Brasil.
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