A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) segue até esta quinta-feira (18) com o 2º Seminário de Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT). O evento, que ocorre no auditório do Ministério Público da Bahia (MP-BA), na Avenida Joana Angélica, no bairro de Nazaré, teve início na quarta (17) e, durante estes dois dias, são realizadas previstas palestras e relatos de experiências de convidados e participantes. O encontro conta também com a presença de representantes do governo federal.
Uma das participantes, Ana Cláudia Urpia, chefe do setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica da SMS, explicou que o encontro apresenta o cenário epidemiológico das doenças não transmissíveis e os agravos, como acidentes de trânsito e violências interpessoais e autoprovocadas. “Esses fatores são responsáveis por uma alta morbimortalidade em nossa cidade, assim como no mundo todo. Abordamos também os fatores de risco para essas doenças crônicas e a promoção da saúde”, afirmou.
As principais doenças não transmissíveis incluem neoplasias, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas. “No entanto, existe um amplo espectro de doenças não transmissíveis. Por exemplo, após a pandemia, observamos um aumento significativo nos transtornos mentais e na saúde mental em geral. Quando falamos de agravos, referimo-nos a violências e acidentes, que, embora não sejam doenças, são situações evitáveis que causam adoecimento e morte em níveis elevados, tanto globalmente quanto em Salvador e no Brasil”, salientou a especialista.
Alerta – Palestrante do evento, a técnica do setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SMS, Edna Rezende, complementou que os dados sobre doenças e agravos não transmissíveis no município não diferem, em geral, do cenário de outros municípios da Bahia e do Brasil. Neoplasias, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, por exemplo, representam cerca de 59% de todos os óbitos registrados em Salvador.
“Quando desagregamos esses dados por faixa etária, temos um entendimento mais detalhado: a população jovem, incluindo adolescentes e adultos jovens, frequentemente morre por causas externas, como violências em geral, enquanto a população idosa é mais afetada pelas doenças crônicas. O que não se espera é a morte prematura por doenças crônicas. Segundo a definição da OMS e do próprio Ministério da Saúde, morrer prematuramente significa falecer entre 30 e 69 anos devido a uma das quatro principais doenças crônicas, e esse percentual é elevado”, alertou Edna.
Para a coordenadora-geral de Vigilância de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, Naíza Nayla Bandeira de Sá, eventos como esse são importantes para fortalecer ações de vigilância e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes, violências e a promoção da cultura de paz. “Salvador foi o primeiro município a implementar seu plano de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, e hoje estamos aqui para avaliar o progresso desse plano, ver como podemos colaborar e apoiar como Ministério da Saúde e entender a organização atual do município em relação ao plano. A cidade já é uma referência pela construção e implementação desse plano”, ressaltou.
Fotos: Lucas Moura/Secom PMS
Reportagem: Ana Virgínia Vilalva e Mateus Soares/Secom PMS