Os números mais recentes do comércio exterior na Bahia, Ceará e Sergipe mostram uma continuidade do baixo desempenho nas exportações, consolidando um ciclo de baixa nos embarques internacionais do Nordeste.
No primeiro semestre deste ano, as empresas baianas registraram estabilidade nas vendas para o mercado externo (variação de 0,1%). No Ceará, houve queda de 37,6% no acumulado de janeiro a maio comparado ao mesmo período de 2023. Em Sergipe, a retração no comparativo entre maio de 2024 e igual mês de 2023 foi de 7,8%.
Na Bahia, a manutenção de uma situação estável em relação ao ano passado preocupa, já que representa a consolidação de uma tendência, num momento de dificuldades da indústria estadual, particularmente no comércio exterior.
A receita com as exportações baianas no acumulado de janeiro a junho somaram US$ 5,162 bilhões, praticamente o mesmo patamar do primeiro semestre de 2023 (US$ 5,159 bilhões).
O resultado da receita das exportações da Bahia na primeira metade do ano só não foi pior porque os produtos que lideram a pauta do comércio exterior estadual tiveram uma valorização média de 12,7%. Se dependesse do volume embarcado, que caiu 10,7%, a redução seria ainda mais drástica.
Esses números integram a análise mensal produzida pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), a partir da base de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O estudo revela, como destaque positivo do semestre, um valorização dos produtos da indústria extrativa (73,5%). Também houve melhoria de preços nos itens exportados pela indústria de transformação (10,3%) e agropecuária (6,1%).
Essa variação compensou boa parte do impacto causado pela diminuição do volume exportado, concentrada nos produtos industriais (-16,7%).
Na avaliação por participação no comércio exterior estadual, a soja e seus derivados mantiveram a liderança, com 36,8% do volume e uma receita de US$ 1,13 bilhão (22% do total).
Algodão (282% de crescimento no volume), café e especiarias (59%) e derivados de cacau (82%) também registraram desempenho positivo. Todas essas culturas têm previsão de aumento na produção em 2024, segundo a SEI.
Já no ranking de países que importam itens da economia baiana, a China segue em primeiro lugar, com 26,2% de participação na receita total. As vendas para o país asiático registraram crescimento de 14% – considerando toda a Ásia, o aumento foi de 6,6%.
No sentido oposto, verifica-se uma queda de 21,7% na América do Sul e 28,7% no Mercosul, com destaque para a Argentina.