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PREÇO DA BATATA SOBE MAIS DE 30% EM NOVEMBRO E ASSUSTA O CONSUMIDOR SOTEROPOLITANO

Victoria Isabel - 05/07/2024 09:00 - Atualizado 05/07/2024

Segundo o levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), a batata-inglesa é o produto que acumula a maior alta de preço entre todos os alimentos analisados. A batata registrou aumento de 39,82% em um mês na Região Metropolitana de Salvador. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 58% para o item.

O preço mais alto é resultado do aumento da procura pela batata-inglesa em todo o país. As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (RS), em abril deste ano, causaram prejuízos nas plantações. Os olhos dos compradores, então, se voltaram para o interior da Bahia, que passou a suprir um mercado ainda maior.

Apesar do aumento em junho ser de cerca de 40 % nas prateleiras, o valor pode pesar ainda mais no bolso do consumidor. O boletim de preços da Ceasa de Salvador, que mede os preços de atacado através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) da Bahia, aponta que a saca de 50 quilos da batata comum custava R$ 300, no sábado (1º). Dois meses antes, em 3 de maio, a mesma quantidade custava R$120. O aumento foi de 150%.

“É uma questão de equilíbrio de mercado. Se um grande ofertante sai do mercado, os agentes demandantes vão procurar em outros mercados e o preço fica pressionado para cima. No Rio Grande do Sul, as dificuldades de plantação causaram impacto nacional. Minas Gerais também sofreu com o regime de chuvas”, diz Denilson Lima, economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). A alta acumulada do grupo de alimentos e bebidas medido pelo IPCA -15 ficou em 35% nos últimos 12 meses.

Na Bahia, a produção é concentrada nas cidades de Mucugê e Ibicoara, na Chapada Diamantina. O estado chegou a ultrapassar o Rio Grande do Sul na produção do alimento em 2020, quando ocupou a quarta posição entre os maiores produtores do país.

Foram colhidas 390,7 mil toneladas do tubérculo naquele ano, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri). A produção interna do estado, no entanto, não é suficiente para suprir a demanda interna. Os produtos vendidos no estado são importados de estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

Somente em maio deste ano, a Bahia produziu 111,33 mil toneladas do alimento, ocupando a sexta posição no ranking nacional. Minas Gerais aparece em primeiro lugar (410 mil), seguido de Rio Grande do Sul (397 mil), Paraná (393 mil), São Paulo (288 mil) e Santa Catarina (148 mil).

Além da batata inglesa, a batata doce também tem pressionado a inflação. O IPCA – 15 de junho indica que a variação no último ano foi de 40%. Em comparação com o ano anterior, no entanto, o aumento foi tímido: 2,6%. José de Jesus Vieira produz batata doce em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O quilo do produto vendido por ele subiu para R$6. No mês passado, custava R$4.

Foto: Freepik

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