O economista Armando Avena, ex-presidente e fundador do Conselho Nacional de Secretários de Planejamento, disse, em artigo publicado no jornal A Tarde, que o Banco Central precisa explicar porque não está fazendo leilões de swap cambial, ou seja, venda de dólar no mercado futuro, para assim estabilizar o câmbio no Brasil.
Avena lembra que, tradicionalmente, o Banco Central intervém na cotação vendido dólar no mercado futuro. Ele deu o exemplo do último dia 2 de abril, quando o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5,06 e o Banco Central vendeu 20 mil contratos de swap cambial, ofertados em leilão adicional, o equivalente a 1 bilhão de dólares.
“O leilão de swap realizado pela autoridade monetária é uma intervenção que tem como objetivo proteger o mercado contra variações excessivas do dólar em relação ao real (hedge cambial) e dar liquidez ao mercado doméstico. É uma ação comum na política cambial. O problema é que o Banco Central, que sempre fez isso, inclusive há dois meses atrás, parou de fazer e nào explica porque”, disse o economista.
Segundo ele, já é consenso no mercado financeiro que, aproveitando a saída de investidores estrangeiros do mercado, está em curso uma aposta contra a moeda brasileira no mercado de derivativos e o Banco Central deveria atuar para coibir isso.
“ Sempre que ocorrem discrepâncias no mercado de câmbio, o Banco Central intervém, para estabilizar a cotação. Inexplicavelmente isso não vem sendo feito agora. É como se a autoridade monetária estivesse sancionando um ataque especulativo à moeda brasileira”.