Recentemente, Danilo Veras, vice-presidente de Políticas Públicas e Regulação do grupo Maersk, a segunda maior empresa de navegação do mundo, afirmou numa audiência pública que o Porto de Santos (SP), maior porto de contêineres do Brasil, entrou em “colapso”.
A declaração foi negada pela APS (Autoridade Portuária de Santos), alegando que o porto vem quebrando recordes de movimentação. Mas tudo indica que parte das cargas de contêineres pode estar migrando de Santos para outros portos. E isso abre oportunidade para a Bahia.
Os produtores de algodão, por exemplo, para exportar mais montaram uma nova logística que usará três portos do país, fugindo de Santos, onde em média navios estão esperando mais de 20 horas para aportar, tempo que dobrou em relação à média dos últimos anos.
A ANTAQ, por outro lado, aprovou uma operação emergencial da Portocel, terminal de carga geral no Espírito Santos, para receber cargas de contêineres por 90 dias, e já determinou que a empresa peça uma mudança definitiva para o novo perfil de carga. Já a Companhia Docas do Rio de Janeiro informou que pela primeira vez o Porto do Rio de Janeiro recebeu quatro grandes navios conteineiros ao mesmo tempo.
Há quem refute esse colapso e a APS diz que a capacidade atual de Santos está em 5,9 milhões de contêineres/ano (sem as restrições no BTP) e que a movimentação em 2022 foi de 5 milhões, e a de 2023, 4,8 milhões. É acima do preconizado internacionalmente para os terminais de contêineres.
Mas o problema da falta de espaço para que a movimentação de contêineres no patamar atual aconteça no porto paulista tem sido motivo de reclamação de vários setores, como o de exportação de café, e é apresentado pelas empresas de navegação como estrutural, devido aos atrasos nos investimentos previstos de ampliação dessa capacidade, o que tem elevado o preço da logística para todo o país, nessa avaliação. Com informações da Agência Infra.