O número de mortes de mulheres por direção sob efeito de álcool subiu 16,9% na Bahia, quando comparado os anos de 2021 e 2022. Os dados são do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), divulgados para lembrar que hoje a Lei Seca hoje completa 16 anos desde sua implementação no Brasil, consolidando no país a ideia do “se beber, não dirija”. Os dados revelam que acidentes e mortes causados por motoristas sob efeito de álcool seguem como uma realidade.
Mesmo com o crescimento de óbitos entre as mulheres no estado, as ocorrências com homens ainda lideram com folga as estatísticas. As mortes de mulheres ao dirigir alcoolizadas subiram de 77 para 90 de 2021 para 2022, enquanto entre dos homens são de 726 para 745 – aumento de 2,6%. Para a socióloga e coordenadora do CISA, Mariana Thibes, a quantidade de óbitos com homens está diretamente ligada à masculinidade.
“Muitos acreditam que é um sinal de fraqueza admitir que a bebida altera a capacidade de dirigir. ‘Fulano é fraco pra bebida, não consegue dirigir quando bebe’. Não existe isso. Qualquer quantidade de álcool, por menor que seja, já prejudica a capacidade do motorista de conduzir, mesmo que ele não perceba. Pode ser o cara mais forte do mundo, mas vai ter um efeito”.
Já o aumento de ocorrências entre as mulheres é fruto de uma mudança cultural, segundo o Tenente-Coronel e coordenador executivo de trânsito do Detran Bahia, Orlando Rodrigues. “As mulheres estão mais independentes hoje, mais inseridas no mercado de trabalho, dirigem mais, então consequentemente esse número das que bebem e dirigem também cresce”.
Foto: Rafaela Araújo/ Ag. A TARDE