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ALTA DO DÓLAR DEIXA BANCOS CENTRAIS DA AMÉRICA LATINA CAUTELOSOS COM CORTE DOS JUROS

João Paulo - 19/06/2024 13:09

O movimento de valorização global do dólar vem alterando as expectativas iniciais de bancos centrais, sobretudo da América Latina, em relação à condução da política monetária para 2024. No Brasil, por exemplo, até o início deste ano, o boletim Focus projetava uma taxa Selic de 9% para o término de 2024. Passados seis meses, hoje, a expectativa é de que o Copom encerre o atual ciclo de cortes, nesta quarta-feira (19), em 10,50% ao ano. Em relatório sobre a situação dos países da América Latina, a equipe Macro da XP destaca que as economias da região estão em diferentes estágios de seu ciclo de flexibilização monetária (corte de juros).

Neste momento, a maioria dos bancos centrais da região já começou a reduzir as taxas de juros. Alguns estão em estágios iniciais, como México e Colômbia, ao passo que outros estão mais próximos de alcançar o nível terminal (Chile, Peru e Brasil). Decisão dividida por 5 a 4 na última reunião gerou inquietações sobre compromisso com meta de inflação pela próxima gestão do BC; Selic deve ser mantida em 10,50%.

Para a XP, novos cortes de juros vão ser realizados com muita “cautela”, já que as autoridades monetárias monitoram como uma lupa as taxas de câmbio, porque a maioria das moedas da região se desvalorizaram desde o início do ano. Isso, conforme o relatório, assinado pelo economista Francisco Nobre, da XP, deixou muitos banco centrais “desconfortáveis”. “Grande parte da desvalorização das moedas pode ser atribuída à força do dólar em meio a juros mais altas nos EUA”, destaca Nobre.

 

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

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